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Ilustrada - em cima da hora

'O Grito' de Munch atinge R$ 229 milhões

Valor de tela do artista expressionista norueguês bate recorde histórico em leilão na Sotheby's de Nova York

Preço da obra vendida ontem supera os US$ 106,5 milhões pagos em 2010 por uma tela assinada por Picasso

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Uma das quatro versões da tela "O Grito", do expressionista norueguês Edvard Munch (1863-1944), quadro-chave da história da arte, foi leiloada ontem à noite, em Nova York, por US$ 119,9 milhões (R$ 228,5 milhões), batendo todos os recordes de valor já atingidos por uma obra em leilão.

O lance vencedor superou previsões de analistas, que esperavam um valor de até US$ 100 milhões. Sete interessados apresentaram propostas. A final foi feita por um comprador que estava sentado na primeira fileira da casa de leilões Sotheby's.

O maior valor registrado em leilão até então haviam sido os US$ 106,5 milhões (R$ 203 milhões) desembolsados em 2010 pela tela "Nu, Folhas Verdes e Busto", de Pablo Picasso (1881-1973). Naquele mesmo ano, um comprador havia arrematado, por US$ 104,3 milhões (R$ 198,8 milhões), uma escultura de Alberto Giacometti (1901-1966).

Mas a compra recente (fora de leilão) de uma tela da série "Os Jogadores de Cartas", de Paul Cézanne (1839-1906), por US$ 250 milhões (R$ 477 milhões) mexeu com patamares do mercado.

O quadro do pós-impressionista francês foi comprado pela família real do Qatar. A especulação no mercado era de que eles arrematariam também "O Grito", mas a Sotheby's não havia confirmado a identidade do comprador até as 22h de ontem.

A venda entrará para a história não só pelo valor atingido mas também por se tratar de uma das obras mais célebres e cobiçadas já criadas.

QUATRO VERSÕES

Munch fez quatro versões da tela "O Grito". As duas primeiras datam de 1893, foram roubadas e depois recuperadas, estando hoje em poder de museus públicos em Oslo.

Uma terceira versão, de 1895, e que foi vendida ontem, ficou na coleção particular de Thomas Olsen, magnata naval norueguês que foi vizinho do artista e resgatou várias de suas obras confiscadas pelo regime nazista.

Menos importante, há ainda uma versão a óleo dessa obra, também na coleção do Museu Munch, em Oslo.

A versão leiloada em Nova York tem relevância histórica por ser mais colorida, com tons mais vibrantes do que as demais, e ter na moldura os versos de um poema de Munch que inspirou a obra, além de uma diferença no fundo do quadro, em que uma das figuras olha não para a estrada adiante, mas para a cidade de Oslo ao pé da colina.

Na moldura da versão leiloada agora, versos de Munch adiantam o que ele pintaria -um "céu vermelho sanguíneo", os fiordes "azul-negro" e "línguas de fogo sobre a cidade", resumindo sua visão como "grito da natureza".

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