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Sarkozy vai a empate técnico com Hollande

A dois dias do segundo turno na França, presidente reduz de 10 para 4 pontos vantagem do oponente socialista

Outras pesquisas dão Hollande até 6 pontos à frente; adversário tornará o país uma 'Espanha', diz Sarkozy

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Os dois candidatos à Presidência da França ficaram no limite do empate técnico ao entrarem no tradicional dia de reflexão, a partir da zero hora deste sábado: 52% para o socialista François Hollande e 48% para o presidente Nicolas Sarkozy.

Como a margem de erro nessa pesquisa do instituto Ifop, o mais antigo da França, é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos, significa que Hollande pode ter de 49,2% a 54,8%, ante 45,2% a 50,8% para o presidente-candidato.

Sarkozy, sem se referir diretamente às pesquisas, disse no último comício: "Vocês não imaginam a que ponto as coisas vão se decidir no domingo no fio da navalha".

As curvas das pesquisas parecem lhe dar razão. No Ifop, Hollande passou de uma vantagem de dez pontos, logo depois do turno inicial, para os quatro de ontem, no limite da margem de erro.

Em todas as demais pesquisas, a tendência tem sido a mesma: Hollande cai um pouquinho, Sarkozy sobe algo. Consequência: a diferença em todas elas é a menor desde o início da campanha.

De qualquer forma, exceto no Ifop, a vantagem do candidato socialista fica entre cinco pontos (em três das pesquisas) ou seis pontos (nas duas restantes).

A pesquisa Ifop foi a única fechada ontem e, por isso mesmo, a única que pôde captar o anúncio do centrista François Bayrou de que votará em Hollande. A julgar pelo fato de que Sarkozy ganhou o ponto que Hollande perdeu, o efeito foi o contrário do que se poderia prever.

TÁTICA DO MEDO

Sarkozy manteve no último dia de campanha a tática do medo, voltando a acenar com o fantasma de transformação da França em uma Espanha, a bola da vez ante os mercados. "A Espanha relaxou sua disciplina, não fez as reformas que deveria fazer, contratou funcionários, tem 375 mil desempregados mais nos últimos dois meses" -tudo, segundo ele, por culpa do governo de um partido socialista, como o de Hollande.

Esquece que o desemprego na França de Sarkozy aumenta há 11 meses consecutivos, é o maior em 12 anos, que a dívida aumentou em um terço no seu quinquênio e tampouco foram feitas as reformas.

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