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Eleições no Euro

Eleições parlamentares não têm um vencedor na Grécia

Partidos começam a negociar uma nova coalizão, que terá de lidar com os reflexos de uma grave crise no país

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

As eleições parlamentares de ontem na Grécia confirmaram a insatisfação da população com os partidos tradicionais, o aumento do extremismo e puseram em risco as medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais em troca de um pacote de resgate de € 130 bilhões que evitou a falência do país.

Nenhum partido atingiu votação suficiente para nomear isoladamente o novo primeiro-ministro, que substituirá o tecnocrata Lucas Papademos, líder nos últimos seis meses, após a renúncia de George Papandreou.

Ainda não há resultado definido: a expectativa é de que seja formada uma nova coalizão, capitaneada pelo líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, 60. O partido não elege um premiê desde 2007.

A coalizão precisa ser formada em três dias; novas eleições não estão descartadas.

Em discurso ontem, Samaras afirmou que buscará uma coalizão que apoie a permanência grega na zona do euro, mas renegocie os termos do acordo com os credores, origem de fortes protestos.

Com mais de metade dos votos apurados até o fechamento desta edição, o Nova Democracia tinha apenas 20% das intenções de voto, e 112 das 300 cadeiras em jogo.

O tradicional Pasok (Partido Socialista Pan-Helênico) foi o que mais sofreu: de mais votado nas eleições de 2009, passou para terceiro.

Os socialistas perderam a segunda posição para o Syriza (Coalizão da Esquerda Radical), partido que teve menos de 5% dos votos em 2009. Embora contrário ao pacote, o Syriza defende a permanência na zona do euro.

O líder do partido, Alexis Tsipras, começa hoje negociações com partidos de esquerda para uma coalizão antiacordo -o que parece improvável, já que o Partido Comunista quer a saída da zona do euro.

Evangelos Venizelos, 55, ex-ministro das Finanças e líder do Pasok, também afirmou que o país precisa de um governo de coalizão, mas ressaltou que uma aliança apenas entre o seu partido e o Nova Democracia não teria legitimidade suficiente. Venizelos pede aliança entre todos os partidos pró-Europa.

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