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Voto contra presidente turbina candidatura de detento

Keith Judd, preso no Texas, leva 41% dos votos nas primárias democratas na deprimida Virgínia Ocidental

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Keith Judd está preso no Texas. No currículo com que se registrou candidato, lista sua filiação à Federação dos Super-Heróis, "diplomas em física" e bicos como músico. Na terça, o homem que em 16 Estados americanos não teria direito a votar levou 41% dos votos contra Barack Obama entre os democratas na prévia da Virgínia Ocidental.

O trunfo de Judd -que foi condenado a 17 anos de prisão por extorsão em 1999 e ficou só 18 pontos percentuais atrás do presidente- não tem efeito, embora sua margem, em tese, garanta representação na convenção partidária.

Mas diz muito sobre quanto o Estado de população 94% branca e 30% acima da média nacional de pobreza do centro-sul odeia Obama.

O rancor, constatado pela Folha em visita no ano passado, está ligado ao motor da combalida economia local, o carvão. Obama defende diversificar a matriz energética e tem enrijecido a lei ambiental para extração o produto, poluente e danosa à saúde.

A crise econômica, que desacelerou a atividade industrial, só agravou a situação.

"Parece que o presidente tem como missão acabar com a base da economia da Virgínia Ocidental", disse nesta semana o governador Earl Ray Tomblin, um democrata.

As prévias no partido governista são uma formalidade, mas estão abertas a quem quiser desafiar o presidente.

Judd tentou em outros Estados, mas só conseguiu se inscrever na Virgínia Ocidental. Segundo um porta-voz do governo estadual, a candidatura foi parar na cédula porque ninguém a questionou.

Embora a lei proíba detentos de concorrer, Judd omitiu a informação e pagou os US$ 2.500 de inscrição. Se alguém notou, ninguém contestou.

O Estado tem histórico: em 2008, Obama perdeu a prévia em todos os distritos para Hillary Clinton e por 56% a 43% para John McCain na eleição. Tanta é a rejeição que Tomblin e o senador democrata Joe Manchin dizem "não saber" se votarão no presidente em novembro.

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