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Conservadores e socialistas se alternam nos países europeus

DE SÃO PAULO
DE LONDRES

Desde 2010, nenhum governo no poder conseguiu alcançar a reeleição nos países mais relevantes da zona do euro -isso quando não foram obrigados a deixar o poder antecipadamente. A mais recente prova disso foi a vitória do socialista François Hollande na França, contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Celso Roma, doutor em ciência política pela USP, afirma que "a crise econômica não faz distinção de ideologia política. Nos países europeus arruinados pela dívida pública, os partidos políticos no poder, à esquerda ou à direita, adotam as mesmas medidas de austeridade e fracassam igualmente em retomar o crescimento da economia".

No ano passado, o premiê socialista da Espanha José Zapatero foi vencido nas eleições pelo conservador Mariano Rajoy, cujo governo vem implementando medidas de austeridade e já sofre com a insatisfação social.

O pesquisador Roma observa que, "com desemprego em alta e proteção social em baixa, os eleitores protestam nas ruas e nas urnas".

Em 2011 a Europa viu a ascensão do movimento dos "indignados" -jovens que ocuparam praças públicas para protestar contra a crise, especialmente em Portugal, na Espanha e na Grécia.

Em Portugal, o primeiro-ministro socialista José Sócrates renunciou ao cargo em 2011 após fracassar na votação de medidas de austeridade. Foi eleito Pedro Passos Coelho, de centro-direita.

Na Grécia, o socialista George Papandreou, eleito em 2009, também renunciou em 2011 após cogitar uma consulta pública sobre a implementação dos cortes exigidos para o resgate do país.

Em seu lugar entrou o tecnocrata Lucas Papademos, e as eleições da semana passada não levaram à formação de governo.

A Itália viu o premiê Silvio Berlusconi, de direita, renunciar por conta da crise no ano passado. O cargo é hoje exercido por Mario Monti, que não concorrerá à reeleição.

Em 2010, houve no Reino Unido a ascensão de David Cameron, do Partido Conservador, que sucedeu ao trabalhista Gordon Brown.

Para o pesquisador da USP, "a instabilidade política em tempos de crise econômica projeta alternância de poder entre socialistas e conservadores".

(AF E RR)

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