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Opinião

Vida fora do euro não é fácil, mas ficar nele não é um mar de rosas

LARRY ELLIOTT
DO “GUARDIAN”

A Grécia tem desemprego recorde de 21,7%. Mais do que um a cada dois jovens entre 18 e 24 anos está sem emprego. A economia estará no fim deste ano 20% menor que cinco anos atrás e dá poucos sinais de sair desse mergulho.

Então, quando começar o choro sobre a calamidade que é a saída da Grécia da zona do euro, o argumento óbvio é: quão pior pode ficar?

A Grécia entende que a vida fora do euro vai ser difícil, que o calote e a desvalorização da moeda terão custos. Mas a alternativa -ano após ano de depressão econômica enquanto o país tenta se tornar mais competitivo -também não é um mar de rosas.

No mundo ideal, a Grécia ficaria no euro sem o nível atual de austeridade, mas, caso esses objetivos se mostrem incompatíveis, terá que escolher uma das duas opções.

A Argentina é o modelo de um país que desafiou os catastrofistas e deu uma virada após a desvalorização cambial e o calote. No fim dos anos 1990, o país tentou sair da crise com um misto de austeridade, ajuda do FMI e reescalonamento da dívida.

Quando o país optou pelo seu caminho, no início de 2002, havia previsões de um Armagedon econômico, mas ele teve crescimento médio de 9% entre 2003 e 2007.

As comparações não são precisas porque a Argentina é um grande produtor de commodities e efetuou a desvalorização quando a economia global vivia um boom. Já a Grécia faz parte de uma zona do euro em recessão e a sua saída da moeda única pode piorar os problemas.

Isso, no entanto, é discutível, dado que a Europa vem cambaleando de crise em crise desde que os problemas da dívida grega ficaram claros, há dois anos e meio.

Se a saída do euro for planejada e suave, em vez de brusca e contagiosa (um grande "se", sem sombra de dúvida"), o resto da Europa poderá enfim tocar a sua vida adiante.

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