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'Estilo Lula' marca posse de Hollande na França

DO ENVIADO A PARIS

François Hollande tornou-se ontem o 24º presidente da França com um estilo muito Luiz Inácio Lula da Silva.

Em todas as cinco ocasiões em que deixou o Palácio do Eliseu, a sede presidencial, ele procurou sempre o público que se animou a ver os atos de posse e pós-posse, mesmo sob chuva e um frio anormal para a primavera.

O próprio presidente chegou ensopado, com a camisa branca colada à pele, depois de percorrer em carro sem capota, acenando para o público, os 1.800 metros entre o Eliseu e o Arco do Triunfo, no qual depositou uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido e reacendeu a chama eterna.

A palavra marca da posse, selecionada pelo próprio Hollande, foi "confiança", com a qual o novo presidente abriu seu discurso.

"Dirijo aos franceses uma mensagem de confiança. Nós somos um grande país que, em sua história, sempre soube enfrentar os obstáculos", afirmou.

SIMPLICIDADE X POMPA

Outra característica da posse do presidente foi a simplicidade, pelo menos até que o engoliu a pompa inevitavelmente ligada ao Eliseu.

Hollande foi para o palácio em um Citroën DS5 híbrido (elétrico e a diesel), um "carro como o de todo mundo", como exagerou o locutor do canal de TV TF1.

Exceto nas imediações do palácio, o trânsito era livre e o Citroën, sem o habitual cortejo de segurança, até respeitava os semáforos.

Depois de se despedir de Nicolas Sarkozy, o presidente derrotado, Hollande recebeu -mas não chegou a envergar- o colar de Grão-Mestre da Ordem Nacional da Legião de Honra, símbolo da Presidência, embora tenha sido criado por um imperador (Napoleão Bonaparte).

Em seguida, fez um discurso de 11 minutos em que repetiu, na essência, a retórica de campanha.

Falaria de novo junto à estátua de Jules Ferry, "pai" da escola laica e gratuita, em que defendeu a escola para todos como elemento de igualdade social.

Depois fez no Hôtel de Ville, sede da prefeitura, um hino de amor a Paris. " Quando Paris fala, o mundo escuta", chegou a dizer, arrancando lágrimas do prefeito Bertrand Delanöe, socialista como ele.

Hollande esteve também no Instituto Marie Curie, para homenagear a Prêmio Nobel de Química e Física -uma maneira de enfatizar seu empenho em dotar a França de uma economia da inovação e da pesquisa. (CLÓVIS ROSSI)

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