Terremoto na Itália mata 7 e fere dezenas

	Giorgio Benvenuti/Reuters
	Edifício da Prefeitura de Sant'Agostino

Um forte terremoto, de magnitude 6, no norte da Itália deixou ontem sete mortos e dezenas de feridos e danificou construções históricas, incluindo um castelo medieval. O abalo, no meio da madrugada, acordou moradores da região atingida e fez com que saíssem à rua correndo.

Foi o pior tremor de terra registrado na Itália nos últimos três anos. Em abril de 2009, terremoto de magnitude 6,3 destruiu a pequena cidade de L'Aquila -no centro do país, a cerca de 100 km da capital, Roma- e deixou quase 300 pessoas mortas.

O epicentro do tremor de ontem foi em Finale Emilia, a cerca de 35 km de Bolonha, capital da região da Emilia Romagna e uma das maiores cidades do norte italiano. O choque inicial, às 4h04 (horário da Itália), foi seguido de várias réplicas -duas delas atingiram a magnitude 5,1.

O tremor foi sentido em regiões tão distantes quanto as fronteiras da Itália com a França, a oeste, e com a Eslovênia, a leste do epicentro.

Segundo Franco Gabrielli, chefe do serviço de emergência, a maioria das mortes foi consequência direta do terremoto, mas uma das vítimas morreu de ataque cardíaco.

Estima-se que cerca de 3.000 pessoas tenham ficado desalojadas, principalmente em Modena e Ferrara, duas das localidades mais atingidas. A mídia local estima em pelo menos € 250 milhões o prejuízo à indústria da região.

"Tenho 83 anos e nunca vi nada parecido", disse Lina Gardenghi, habitante de Bondeno, outra localidade atingida, também próxima a Ferrara. Uma das vítimas do tremor, uma mulher de 106 anos, morreu depois de uma viga do teto de sua casa desabar enquanto ela dormia.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Uma das construções históricas mais afetadas pelo tremor foi o castelo de Estense, na cidade de San Felice sul Panaro, erguido no século 14. O topo de várias torres do castelo foi derrubado, e havia o temor de que a torre principal também viesse abaixo.

O abalo também deixou seriamente danificadas três igrejas da cidade, incluindo afrescos e outras obras de arte. "Perdemos praticamente todo nosso patrimônio artístico", lamentou o prefeito de San Felice, Alberto Silvestri.

Em Sant'Agostino, perto de Ferrara, o abalo abriu um grande buraco e rachaduras no prédio da prefeitura da cidade, que foi construído no período renascentista. As ruas da cidade ficaram cobertas de pedregulhos, e os moradores temiam explosões em razão do forte cheiro de gás.

Em San Carlo, o oratório de uma igreja do século 16, que estava sendo restaurado, ficou totalmente destruído.