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BC alemão se mostra pronto para saída da Grécia do euro

Órgão diz que crise será 'manejável' em caso de abandono da moeda por Atenas

Declaração derruba as Bolsas e leva a corrida por títulos alemães; UE não fecha acordo sobre títulos em conjunto

Jesco Denzel/France Presse
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê grego, Panagiotis Pikrammenos, têm encontro bilateral em Bruxelas
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê grego, Panagiotis Pikrammenos, têm encontro bilateral em Bruxelas

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

Um relatório do banco central alemão admitindo que a saída da Grécia da zona do euro é "manejável" e uma reportagem da Reuters sobre planos nacionais feitos por ministros das Finanças da região para essa hipótese fizeram com que as Bolsas tivessem fortes quedas ontem.

Em Londres, a queda foi de 2,53%; a Bolsa de Frankfurt encerrou o dia em baixa de 2,33%, pouco menor que a redução de 2,62% em Paris. A Bovespa caiu 0,76%.

Preocupados, investidores correram para títulos alemães (vistos como mais seguros), mesmo com os papéis pagando juro zero. O euro despencou e chegou ao seu menor valor em relação ao dólar em quase dois anos.

Em menos de um mês, a Grécia passará por novas eleições, já que a primeira votação, no início deste mês, não resultou num governo.

Há forte possibilidade de uma coalizão de esquerda radical, contrária ao pacote de austeridade acertado com a UE, vencer. Isso poderia levar à saída do país do euro.

As informações da Reuters davam conta de que, em conferência telefônica na segunda-feira entre os 17 ministérios das Finanças da zona do euro, ficou acertado que cada país precisaria trabalhar em um plano de contingência para a saída da Grécia.

A outra fonte de preocupação para o mercado foi o Bundesbank (BC alemão) afirmar, em relatório, que a saída da Grécia da zona do euro traria desafios consideráveis, mas administráveis, se a crise for tratada com prudência.

Em Bruxelas, os líderes europeus se reuniram ontem à noite, em caráter informal, para discutir medidas que estimulem o crescimento, mas não chegaram a acordo sobre o tema mais polêmico, a emissão de eurobônus, títulos de dívida garantidos por todos os países do euro.

Após mais de cinco horas de reunião, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, disse que a oposição entre medidas de austeridade e de expansão é um falso debate, pois são "duas faces da mesma moeda".

Sobre a Grécia, Van Rompuy e o presidente da Comissão Europeia, José Barroso, declararam que desejam a permanência do país na zona do euro, desde que o futuro governo siga comprometido com as medidas de austeridade exigidas em troca do pacote de resgate.

Os líderes não responderam a uma pergunta sobre a existência de planos de contingência para a saída da Grécia da zona do euro.

Por fim, Rompuy afirmou que os líderes sugeriram o aumento de capital do Banco Europeu de Investimentos e confirmou o lançamento de programa-piloto de títulos conjuntos para a área de infraestrutura.

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