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Casa Branca muda principal assessor para as Américas

Conselheiro da Embaixada dos EUA em Brasília assumirá cargo em junho

Ricardo Zúñiga é ligado a Cuba e aos dissidentes no país; atual titular do posto, Dan Restrepo, voltará ao setor privado

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Dan Restrepo, principal assessor da Casa Branca para as Américas, vai deixar o cargo em junho e será substituído por Ricardo Zúñiga, hoje o conselheiro político da Embaixada dos EUA em Brasília.

A informação sobre a troca de nomes, divulgada ontem pelo site especializado "Politico", foi confirmada à Folha pela Casa Branca.

"Dan Restrepo vai deixar o cargo em junho, mas ainda não sabemos quando Zúñiga assumirá", afirmou uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, principal grupo de assessores do presidente Barack Obama.

Diferentemente dos postos no Departamento de Estado, a escolha de Zúñiga não requer anuência do Congresso. É um alívio para Obama, cujas indicações para a região empacaram por meses no Senado ante a resistência da bancada cubano-americana.

Zúñiga tem ligação com os opositores em Havana. Em 2010, chefiou interinamente a Seção de Interesses Americanos em Cuba, onde já fora encarregado de direitos humanos no início da década.

Em 2003, quando 75 dissidentes do castrismo foram presos, seu nome foi associado ao episódio por ter entregado aos ativistas a ajuda americana depois usada como justificativas para a ação.

No mesmo ano, foi indicado pelo Departamento de Estado ao Prêmio de Conquistas em Direitos Humanos e Democracia pelo "trabalho substantivo com os grupos de direitos humanos em Cuba" e seus "abrangentes relatos e análise estratégica".

Diplomata de carreira, Zúñiga deve levar mais discrição ao cargo -o mais influente no desenho da política dos EUA para a região.

"É um trabalho difícil, que requer talento político e diplomático, e Ricardo tem ambos", disse à Folha Arturo Valenzuela, que era secretário-assistente de Estado para as Américas quando Zúñiga chefiou a seção em Cuba.

Restrepo, afirma o "Politico", decidiu deixar o posto que ocupava desde 2009 para voltar ao setor privado e se dedicar à mulher e às filhas.

Inquieto, falante, de família colombiana e próximo a Obama desde a campanha presidencial, ganhou atenção em 2009 ao anunciar a redução das restrições de viagens a Cuba para quem tem parentes na ilha, tornando-se a primeira pessoa a falar espanhol no púlpito da Casa Branca.

A escolha de Zúñiga indica ainda a relevância dos postos no Brasil para a diplomacia americana. O embaixador Thomas Shannon foi por anos o número 1 para a região no Departamento de Estado.

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