Potências e o Irã negociam limitar urânio enriquecido

O Irã e as grandes potências apresentaram ontem em Bagdá propostas rivais para pôr fim à tensão acerca do programa nuclear iraniano.

Mais duras do que se previa, as discussões destinadas a retomar um diálogo suspenso há 15 meses tiveram de ser estendidas para hoje.

O P5+1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) pressiona o Irã a eliminar todas as suas dúvidas sobre as atividades atômicas; já Teerã busca um alívio nas sanções econômicas.

O P5+1 ofereceu ao governo iraniano que pare de enriquecer urânio a 20%, um nível a partir do qual se pode, em tese, chegar aos 80% necessários à bomba atômica em alguns meses.

O Irã nega querer a bomba e afirma que precisa do enriquecimento a 20% para abastecer um reator nuclear que produz isótopos médicos.

O Brasil enriquece urânio a 5% em nível industrial e a 20% em nível experimental.

As potências também propuseram que o governo iraniano suspenda todo o enriquecimento na nova central de Fordo, ao sul de Teerã.

A UE, que fala em nome das potências, ofereceu em troca fornecer estoques de urânio já enriquecido. O P5+1 prometeu ainda ajudar a tornar mais seguro o envelhecido reator de Teerã e modernizar a central de Bushehr, que produz energia elétrica.

A proposta da UE também menciona permitir ao Irã comprar peças de reposição para suas empresas aéreas.

Mas o representante iraniano nas conversas respondeu com uma contraproposta cujos detalhes não foram divulgados. Segundo a agência de notícias Fars, ligada ao regime de Teerã, a oferta atende as preocupações das potências e visa estabelecer uma cooperação "nas áreas nuclear e não nuclear".