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Vaticano admite que mordomo do papa Bento 16 está detido

Funcionário é suspeito de passar documentos secretos à imprensa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de negar a informação, o Vaticano confirmou ontem que o mordomo do papa Bento 16, o italiano Paolo Gabriele, 46, está detido por suspeita de vazar documentos secretos endereçados ao papa e ao secretário dele, Georg Ganswein.

Em nota, o Vaticano informou que haverá "uma profunda investigação para descobrir se Gabriele teve a ajuda de cúmplices". No texto, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, confirma a identidade do suspeito.

"O acusado possui dois advogados dispostos a defendê-lo e já teve a oportunidade de se reunir com eles. Ele [Gabriele] possui todas as garantias jurídicas previstas pelos códigos penais em vigor no Estado da Cidade do Vaticano", explica Lombardi.

A detenção de Gabriele, que trabalha no departamento papal desde 2006, deixou Bento 16 "muito triste e abalado", segundo fontes ligadas à Santa Sé.

Policiais encontraram documentos na casa em que o funcionário vive com a mulher e três filhos. O mordomo pode ser condenado a até 30 anos de prisão por violação de correspondência de um chefe de Estado, como é o caso do papa, o que seria equivalente a um atentado contra a segurança do Estado.

O Conselho Pontifício para os Textos Legislativos passou a investigar o caso depois que uma rede de televisão italiana publicou cartas enviadas pelo atual núncio (representante diplomático permanente da Santa Sé) nos Estados Unidos, Carlo María Viganò, a Bento 16, em que denunciava a "corrupção, prevaricação e má gestão" na administração vaticana.

Em 19 de maio, chegou às livrarias o livro "Sua Santità" (sua santidade), do jornalista Gian Luigi Nuzzi, com uma centena de novos documentos secretos do Vaticano, que mostram complôs e intrigas na Santa Sé.

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