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Egito ratifica islamita e ex-premiê no 2º turno

Comissão Eleitoral confirma que Mohamed Mursi e Ahmed Shafiq vão disputar a Presidência em 16 e 17 de junho

Juízes rejeitam recurso de três candidatos que ficaram fora da disputa; divulgação de resultado é recebida com protesto

Khaled Desouki/France Presse
Manifestantes golpeiam com sapatos cartaz de Ahmed Shafiq, ex-premiê de Mubarak, que disputará o 2º turno no Egito
Manifestantes golpeiam com sapatos cartaz de Ahmed Shafiq, ex-premiê de Mubarak, que disputará o 2º turno no Egito

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Comissão Eleitoral do Egito divulgou o resultado do primeiro turno da eleição presidencial e confirmou que Mohamed Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, e Ahmed Shafiq, ex-premiê do ditador deposto Hosni Mubarak, disputarão o segundo turno em 16 e 17 de junho.

Embora o pleito da semana passada tenha sido considerado a primeira eleição livre no Egito em décadas, a divulgação do resultado motivou acusações de fraude e protestos que incluíram um ataque ao comitê de Shafiq no Cairo (leia texto ao lado).

Mursi, líder do partido da Irmandade, o Liberdade e Justiça, terminou em primeiro lugar, com 24,3% dos votos, seguido de perto pelo ex-premiê de Mubarak, apenas um ponto percentual atrás.

Depois deles, os mais votados foram o esquerdista Hamdin Sabahi (20,4%), o islamita moderado Abdel Moneim Abol Fotouh (17,2%) e o ex-chanceler Amr Moussa (10,9%). Nenhum dos candidatos chegou perto de obter mais de 50%, o que encerraria o pleito no primeiro turno.

Os três principais candidatos que ficaram fora do segundo turno contestaram o resultado, mas suas reclamações não foram acolhidas pelos seis juízes que compõem a Comissão Eleitoral egípcia.

"Rejeito esses resultados e não os reconheço. A consciência da nação não permite que essas eleições sejam classificadas como honestas", declarou Abol Fotouh, que disse ter havido compra de votos e ações para barrar o acesso de representantes dos candidatos aos locais de votação.

Amr Moussa, que já havia afirmado que a eleição suscitara "pontos de interrogação", reagiu de forma mais moderada: "Houve violações, mas isso não deve nos fazer mudar de ideia quanto à democracia e à necessidade de eleger nosso presidente".

Tanto Mursi quanto Shafiq já se movimentam na procura de aliados para derrotar o outro no segundo turno.

Ontem, o partido ultraortodoxo Al Nour, que tem a segunda maior representação no Parlamento (atrás apenas da sigla da Irmandade), declarou apoio a Mursi. Shafiq, por sua vez, tem tentado se colocar como "protetor" da revolta que derrubou Mubarak em fevereiro de 2011.

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