Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Novo tremor no norte da Itália mata 16

Terremoto ocorre na mesma região de outro, de intensidade maior, que nove dias antes havia deixado sete mortos

Houve danos a prédios históricos, com 350 feridos; segurança de fábricas após o 1º abalo deve ser investigada

Stefano Rellandini/Reuters
Moradores de Cavezzo, perto de Modena, diante de um dos prédios destruídos por tremor
Moradores de Cavezzo, perto de Modena, diante de um dos prédios destruídos por tremor

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um terremoto de magnitude 5,8 matou pelo menos 16 na região da Emilia Romagna (norte da Itália), nove dias depois de outro tremor, de intensidade maior (6,0), ter matado sete pessoas e desalojado milhares na mesma área.

A princípio, não há relação entre os dois eventos.

O terremoto de ontem foi sentido até em países vizinhos e teve várias réplicas, algumas com magnitude 5,0. Seu epicentro, assim como o do abalo ocorrido nove dias antes, foi perto de Modena.

A advogada brasileira Cynthia Lima, 32, que mora em Pádua (a 100 km do epicentro), sentiu o tremor quando estava dormindo: "Foi como se balançassem minha cama". Segundo ela, muitos dos moradores da região relutam em voltar para suas casas.

Os mortos no tremor de ontem -que feriu pelo menos 350- eram, na maioria, trabalhadores de pequenas fábricas instaladas em galpões que ruíram com o abalo.

Na cidade de San Felice sul Panaro, uma das mais afetadas, três dos mortos eram operários que, após o tremor de 20 de maio, haviam ficado mais de uma semana sem trabalhar e retornaram ontem.

Sindicalistas disseram que vão pedir investigação sobre a segurança nas fábricas da região após o primeiro terremoto -há relatos de que trabalhadores teriam sido pressionados a voltar ao serviço.

"Vamos precisar investigar quem considerou essas fábricas seguras para o retorno ao trabalho. Nós temos de entender de quem é a responsabilidade por isso", declarou o sindicalista Erminio Veronesi à agência Associated Press.

Colegas do imigrante marroquino Mohamed Azeris, um dos mortos pelo terremoto de ontem, afirmam que ele fora ameaçado de perder o emprego se não retomasse seu posto de supervisor na fábrica.

A Itália é um dos países europeus em crise, e a expectativa é que em 2012 seu PIB encolha 1,2%. O abalo atingiu uma das suas áreas de maior concentração industrial.

À semelhança do terremoto do dia 20, o de ontem danificou prédios de alto valor histórico, entre eles a catedral barroca de Carpi e o Palazzo Te, em Mântua. O total dos prejuízos não foi divulgado.

Colaborou GUILHERME CELESTINO, de São Paulo

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.