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EUA acusam Rússia de fomentar crise síria Secretária de Estado Hillary Clinton classifica apoio russo à ditadura Assad como contribuição para uma guerra civil Depois de afirmar que Damasco "mente descaradamente", embaixadora na ONU insinua intervenção
DE JERUSALÉM Na mais dura crítica dos EUA ao papel da Rússia na crise da Síria, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse ontem que a relutância de Moscou em apoiar ações contra o regime de Bashar Assad poderá levar a uma guerra civil. A advertência ocorreu após Rússia e China reafirmarem sua oposição a uma intervenção militar na Síria. A hipótese voltou a ser discutida em meio ao choque causado pelo massacre de 108 pessoas em Houla, no último fim de semana. "[Os russos] me dizem que não querem uma guerra civil. Eu tenho dito a eles que sua política ajudará a contribuir para uma guerra civil", disse Hillary na Dinamarca. A coalizão internacional obtida no levante da Líbia em 2011, quando a ONU aprovou uma intervenção militar de apoio aos rebeldes, está sendo barrada por China e Rússia, disse Hillary. "Principalmente pela Rússia", frisou. Enquanto isso, a Liga Árabe faz gestões para que Pequim ceda da posição cautelosa e retire o veto a ações mais duras contra a Síria no Conselho de Segurança. A situação do país fez o Conselho de Direitos Humanos da ONU convocar reunião de emergência para hoje. Em abril, a ONU aprovou o envio de 300 observadores desarmados por iniciais 90 dias para monitorar o cessar-fogo firmado no plano intermediado pelo enviado especial para a Síria, Kofi Annan. REPRESSÃO Mas os monitores não inibiram a violência. A ONU reportou seguidas violações do cessar-fogo pelo regime, que manteve a repressão ao levante iniciado há 15 meses. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que massacres de civis como o de Houla poderão afundar a Síria "numa guerra civil da qual o país jamais se recuperará". Baseada em relatos de seus observadores na Síria, a ONU apontou sinais de execuções sumárias nas vítimas de Houla e indicou que provavelmente foram cometida por milícias pró-regime. O governo sírio anunciou que sua investigação preliminar mostra que suas forças não estavam envolvidas no massacre. Segundo o general Kassem Suleiman, "entre 600 e 800 membros de grupos terroristas armados" entraram no vilarejo e mataram famílias "que se recusaram a se opor ao governo". Suleiman criticou Ban Ki-moon, a quem chamou de "anunciador de guerras civis". A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, desprezou a investigação do regime sírio, classificando-a como "mentira descarada". Na véspera, Rice havia afirmado que, se o plano da ONU fracassar, será preciso examinar ações "fora da autoridade do Conselho de Segurança". Ela não disse a que tipo de ação se referia. A UE disse que prepara mais uma rodada de sanções contra a Síria e pediu que outros países façam o mesmo. Riad Asaad, comandante do Exército Livre da Síria, a principal milícia rebelde, desmentiu que tenha dado um ultimato para que o regime cumpra o cessar-fogo, mas exortou a ONU a declarar o fracasso do plano intermediado por Annan. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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