Pela primeira vez, franceses no Brasil escolhem deputado

A eleição parlamentar francesa começa hoje -ao menos para 1,6 milhão de eleitores no exterior, que, pela primeira vez, elegerão 11 deputados, graças a uma reforma constitucional.

Os franceses residentes no Brasil ou com dupla nacionalidade votam para uma vaga representando 33 países da América Latina e do Caribe. São cerca de 100 mil franceses no continente, 15% no Brasil. Há 12 candidatos para apenas uma vaga.

A América Latina tem votado na direita em eleições presidenciais -53,03% escolheram o ex-presidente Nicolas Sarkozy em maio.

A franco-chilena Raquel Garrido, candidata pela coalizão Frente de Esquerda, afirma que os franceses no exterior sentem-se abandonados e diretamente atingidos pelo discurso xenófobo contra a miscigenação, que ganha espaço no debate político local.

Pascal Drouhaud, candidato pelo UMP (partido de Sarkozy), é contra o pagamento de impostos no país de residência e na França.

"Os franceses que moram no exterior já pagam impostos no país de residência, não precisam pagar mais impostos, como pelos imóveis que possuem na França", disse.

Para Drouhaud, que espera herdar os votos de Sarkozy, o desafio é simplificar a burocracia para retirada de documentos como carteira de motorista e certidão de nascimento no exterior.

Ele também pretende facilitar o acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas francesas.

O candidato do UMP destacou a importância da presença de instituições de ensino, como a Aliança Francesa e o Liceu Pasteur, na difusão da cultura francesa no país e na recriação de laços com os franceses de dupla nacionalidade.

Jean Jacques Gaudiot, suplente de Joël Doglioni, candidato pelo centrista Partido Radical, destaca a importância de desenvolver do comércio entre a França e o Brasil.

"Vamos promover as relações universitárias", disse ele, morador de Recife.