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Cresce chance de ação militar contra Síria

Um dia depois da França, Reino Unido indica que intervenção armada é cogitada para resolver situação "grave"

EUA cobram 'mais ação' do Brasil, que apoia a condenação da ONU à violência, mas é contra intervenção militar

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Em meio a relatos de mais uma chacina na Síria, a terceira em uma semana, o Reino Unido reforçou o alerta feito pela França sobre a chance de intervenção militar.

Para o chanceler britânico, William Hague, a situação na Síria é "tão grave" que nenhuma ação internacional deve ser posta de lado. Hague repetiu as ressalvas do presidente francês, François Hollande, de que uma ação militar requer aval do Conselho de Segurança da ONU.

Reino Unido e França lideraram a ação militar na Líbia (2011), que teve aval do Conselho, mas foi criticada por exceder o mandato de proteger civis, voltando-se contra o ditador Muammar Gaddafi.

O consenso contra a Síria almejado por Hague tem sido bloqueado pela China e pela Rússia, que têm poder de veto no Conselho. Os dois países, ao lado de Cuba, votaram ontem contra investigação da ONU do massacre de Houla, que deixou 108 mortos.

A resolução aprovada no Conselho de Direitos Humanos condena o regime pelo "ultrajante uso de força contra uma população civil" e aponta indícios de crimes contra a humanidade.

A investigação será conduzida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. "Na hipótese de o governo sírio não colaborar, faremos do mesmo jeito. Já temos um time trabalhando na fronteira", disse.

O Brasil apoiou a resolução, mas repudiou interferência externa. "Não há solução militar para a atual crise na Síria", disse a embaixadora Maria Nazareth Farani de Azevêdo. O Departamento de Estado dos EUA cobrou ontem "mais ação" do Brasil em relação à Síria. "Acreditamos que um país do nível do Brasil possa ter bastante influência e queremos que ele seja parte do esforço para pressionar [o ditador Bashar] Assad e seu Exército", disse Mike Hammer, secretário-adjunto para assuntos de Imprensa.

Em vigor há mais de um mês, o plano da ONU não alcançou o objetivo de cessar a violência que já deixou cerca de 10 mil mortos em 15 meses de levante contra Assad.

Enquanto os debates prosseguiam na ONU, um novo massacre foi relatado por ativistas de oposição. Segundo eles, 11 corpos com sinais de execução foram achados na província central de Homs.

Colaborou ISABEL FLECK, de São Paulo

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