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Obama rifa encontro com celebridades

Democrata arrecada verba para campanha ao vender a eleitor chance de ser sorteado para jantar na casa de famosos

Um dos próximos eventos será uma festa com Sarah Jessica Parker; sucesso fez Romney copiar ideia

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Em tom íntimo, o e-mail avisa: "Estou recebendo". No campo do remetente, vem o nome da atriz Sarah Jessica Parker, a fashionista Carrie da série "Sex and the City", e abaixo, o convite para a festa em sua casa com o presidente Barack Obama no próximo dia 14. "Vai ser incrível."

A mensagem, disparada a quem se inscreveu no site da campanha à reeleição, é mais uma na lista daquilo que parece ter virado a forma favorita do democrata para levantar fundos neste ano: as rifas.

Ao fazer uma pequena doação (normalmente, US$ 3 - ou R$ 6), o simpatizante passa a concorrer a um lugar em um evento com o candidato.

A modalidade não é nova na estratégia obamista, que já rifou jantares intimistas, mas nas últimas semanas sua eficácia foi redobrada pela soma da estrelas à fórmula.

Em maio, a rifa de dois lugares com acompanhante em um jantar na casa do ator George Clooney ("Os Descendentes") rendeu ao caixa eleitoral US$ 9 milhões dos US$ 15 milhões obtidos com a ceia (outros 150 participantes pagaram US$ 40 mil cada um).

O sucesso motivou tanto a campanha que hoje o eleitor pode escolher entre a rifa para um encontro com Obama e o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) e a da festa de Parker em Nova York, que tem como coanfitriã a editora de moda Anna Wintour, inspiração de "O Diabo Veste Prada".

Chamou ainda a atenção dos rivais, que copiaram a tática com Mitt Romney.

Sem apelo em Hollywood, o republicano começou rifando um jantar com ele e a mulher, Ann. O resultado ainda não saiu, mas sua campanha já promove o próximo sorteio para doadores, um jantar que inclui além dele o empresário/apresentador de reality show Donald Trump.

PEQUENOS DOADORES

"Se você se pergunta por que temos tantas rifas de encontros com o presidente Obama", começa um e-mail recente da equipe de campanha, "em parte é porque ele é popular, e em parte é porque não aceitamos dinheiro de lobistas de Washington".

A explicação é manca, já que os escritórios de advocacia -inclusive os de lobby- são o maior grupo doador de Obama, segundo o Centro por uma Política Responsável (a instituição não conseguiu mapear o dinheiro para Romney).

Mas mostra a importância para o democrata de atrair de volta os pequenos doadores, que, na eleição de 2008, deram à sua campanha 46% dos US$ 745 milhões levantados.

Com a crise e a desilusão com Washington, convencer o cidadão a financiar políticos parece mais difícil.

Mesmo assim, até 30 de abril, 44% dos US$ 217 milhões obtidos por Obama eram de doações de até US$ 200, contra só 12% dos US$ 98 milhões arrecadados pelo rival.

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