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Aiatolá lembra Khomeini e adverte Israel

Ali Khamenei diz que "um relâmpago se abaterá" sobre o Estado judaico caso cumpra as ameaças de atacar o Irã

Aviso é dado durante evento que marca o 23º aniversário da morte do fundador da República Islâmica, em 1979

France Presse
Imagem divulgada pelo governo mostra homem com fotografia dos aiatolás Ali Khamenei (à dir.) e Ruhollah Khomeini
Imagem divulgada pelo governo mostra homem com fotografia dos aiatolás Ali Khamenei (à dir.) e Ruhollah Khomeini

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu ontem que um "relâmpago se abaterá sobre a cabeça de Israel" se o Estado judaico concretizar as ameaças de ataque.

O aviso foi lançado durante evento que marcou o 23º aniversário da morte do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica, em 1979, e antecessor de Khamenei no cargo de autoridade máxima do país.

Falando diante de dezenas de milhares de pessoas no santuário onde está enterrado Khomeini, ao sul de Teerã, o líder supremo afirmou que o Irã leva vantagem sobre os inimigos.

"Os sionistas se sentem vulneráveis e aterrorizados após a perda de Hosni Mubarak", disse Khamenei, numa referência ao ditador egípcio, aliado de Israel, que foi derrubado por uma revolta popular em 2011.

Embora seja a única potência atômica do Oriente Médio, Israel diz encarar o programa nuclear de Teerã como ameaça existencial e deixa no ar a possibilidade de bombardear alvos iranianos.

Khamenei voltou a qualificar de "mentira" a acusação de que seu regime tenta desenvolver a bomba atômica e insistiu que o Irã só enriquece urânio para fins energéticos e medicinais.

Num aparente recado às grandes potências com quem o país vem retomando conversas nucleares, o líder afirmou que não irá se curvar diante da ameaça de novas sanções econômicas.

PUNIR

"O único efeito das sanções foi aprofundar o ódio e a animosidade em relação ao Ocidente no coração do nosso povo", disse Khamenei, diante de vários diplomatas ocidentais convidados.

O líder afirmou que as punições não impediram grandes avanços tecnológicos e científicos e acusou as potências ocidentais de usarem o dossiê nuclear para desviar o foco dos seus próprios problemas sociais e econômicos.

"O que os inimigos do Irã mais temem, e devem temer, não é um Irã nuclear, mas um Irã islâmico."

O evento para lembrar a morte de Khomeini, evento crucial no calendário oficial, reuniu toda a cúpula do regime, do presidente Mahmoud Ahmadinejad ao recém-reeleito chefe do Parlamento, Ali Larijani, entre outros.

A televisão estatal exibiu à exaustão imagens dos políticos tentando mostrar união num momento de rixas e tensões internas.

O aniversário, acompanhado pela Folha, ocorreu sob forte esquema de segurança e com presença ostensiva da Guarda Revolucionária, força de elite. Boa parte das pessoas no evento foram trazidas do interior em ônibus fretados pelo governo.

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