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Bancos espanhóis precisam de 40 bilhões euros, afirma FMI

Governo Rajoy deixa de negar necessidade de socorro, que pode sair hoje

Empréstimo destinado a revigorar o setor financeiro pode chegar a € 90 bilhões, segundo informação extraoficial

Emilio Naranjo/Efe
A vice-premiê Soraya Santamaría diz que não há decisão
A vice-premiê Soraya Santamaría diz que não há decisão

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O FMI disse ontem que os bancos espanhóis precisam aumentar suas reservas de capital em € 40 bilhões.

"O núcleo do setor financeiro espanhol está bem administrado e resistiria a novos choques, mas ainda existem vulnerabilidades importantes no sistema", afirmou o Fundo em relatório divulgado na noite de ontem, dois dias antes do previsto.

A vice-premiê Soraya Santamaría havia dito que o governo esperaria o documento do FMI antes de decidir se pediria um pacote de ajuda internacional.

Mas, antes mesmo da publicação do relatório, a Espanha, sob desconfiança do mercado e da comunidade internacional, começou a mudar de discurso e acenou com a possibilidade de solicitar um plano de resgate.

Informações de bastidores dão conta de que a Espanha deveria concordar com a ajuda das autoridades europeias ainda hoje, em possível conferência telefônica entre os 17 membros da zona do euro.

Madri negou, apesar de não mais descartar a necessidade de receber os recursos como vinha fazendo de forma firme até esta semana.

O volume do empréstimo e as condições que o país precisará aceitar ainda são pontos que precisam ser esclarecidos. O FMI prevê injeção de € 40 bilhões, mas as autoridades europeias não chegaram a consenso sobre a cifra.

Os envolvidos na negociação estudam emprestar quantia maior, de até € 90 bilhões, segundo o "Financial Times".

O setor bancário da quarta maior economia da zona do euro é a grande preocupação dos mercados. Sua recuperação requer uma injeção de capital que a Espanha, sozinha, não consegue mais captar de forma sustentável, por conta dos altos juros no mercado.

Desse modo, o país deve ser o quarto a pedir um resgate às autoridades europeias, somando-se a Irlanda, Grécia e Portugal.

Ewald Nowotny, integrante do conselho de governo do Banco Central Europeu (BCE), declarou ontem que qualquer adiamento no pedido de auxílio aumentará os custos de resgate da Espanha.

Ele disse que a situação espanhola é similar à da Irlanda quando esse último pediu o resgate: "A Espanha atualmente tem um problema com seus bancos e uma bolha no setor imobiliário".

Na quinta-feira, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou a nota da Espanha de "A" para "BBB", justificando a decisão com base no alto custo fiscal da cada vez mais iminente reestruturação e recapitalização do setor bancário do país.

Segundo funcionários da União Europeia ouvidos pelo "Financial Times", o bloco quer garantir que o resgate seja definido antes da eleição na Grécia, no dia 17.

"É essencial que outros Estados que integram a zona do euro estejam preventiva e efetivamente protegidos de qualquer possibilidade de a Grécia entrar em colapso", afirmou uma fonte do jornal.

A UE teme uma vitória do partido Syriza, da esquerda radical, que prometeu cancelar o pacote de resgate ao país -o que pode levar à saída da Grécia da zona do euro.

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