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Tunísia condena à prisão perpétua ex-ditador Ben Ali

Exilado na Arábia Saudita, ele foi julgado à revelia; levante no país deu origem à série de revoltas da Primavera Árabe

Condenação ocorre no momento de maior turbulência desde o fim da ditadura, com protestos de islamitas

DE JERUSALÉM

Uma corte militar condenou ontem o ex-ditador da Tunísia, Zine Ben Ali, à prisão perpétua pela repressão que deixou centenas de mortes durante os protestos que deram origem à Primavera Árabe, no ano passado.

Exilado na Arábia Saudita, para onde fugiu em janeiro de 2011, Ben Ali foi julgado à revelia. Ao contrário do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, que teve o mesmo veredicto, é improvável que Ben Ali cumpra a pena. Apesar dos pedidos do governo da Tunísia, os sauditas não parecem inclinados a extraditá-lo.

A condenação de Ben Ali ocorre no momento de maior turbulência desde a revolução que deflagrou a onda de revoltas no mundo árabe.

Protestos de manifestantes salafistas (muçulmanos ultraconservadores) levaram o governo a decretar toque de recolher na noite de terça.

O motivo foi uma exposição de arte em Túnis com caricaturas de homens barbudos ao lado de mulheres nuas, que os salafistas consideraram ofensivas ao islã.

Uma pessoa morreu em choques com a polícia e mais de cem ficaram feridas. A polícia prendeu 165 manifestantes. Ontem a calma parecia ter voltado.

A queda de Ben Ali, que impôs na base da força um sistema secular no país, deflagrou a ascensão de forças islamitas que durante anos foram reprimidas.

A ala forte, que propõe um islã moderado, domina o Parlamento, mas é acusada pelos salafistas de ter "se vendido" ao sistema secular. (MARCELO NINIO)

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