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Na ONU, Cristina defende negociar Malvinas

Em pronunciamento, presidente argentina diz que ilhas são vítima de 'colonialismo anacrônico' do Reino Unido

Primeiro-ministro britânico, porém, afirma que soberania é inegociável; Brasil chama fala de magistral

Mehdi Taamallah/France Presse
A presidente argentina, Cristina Kirchner, se encontra com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Nova York
A presidente argentina, Cristina Kirchner, se encontra com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Nova York

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Após publicar anúncios em jornais do mundo todo -Folha inclusive- pedindo que o Reino Unido negocie a soberania sobre as Malvinas (Falklands para os britânicos), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse ontem na ONU, em Nova York, que o colonialismo nas ilhas é anacrônico.

"Como vocês pretendem que, a 14 mil km de distância, esse território integre o Reino Unido? [...] Não somente as Malvinas são argentinas como são parte dos contornos sul-americanos."

A presidente falou ao Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas. Foi a primeira chefe de Estado a discursar no comitê. Faz 30 anos que acabou a última guerra pelo domínio do arquipélago -em 1982, as tropas argentinas se renderam.

"Não estamos pedindo que [o Reino Unido] diga que as Malvinas são argentinas. Estamos pedindo só, e nada menos, que o país se sente para negociar", disse ela.

Mais cedo, o premiê britânico, David Cameron, havia afirmado, em Londres, que a soberania das Malvinas é absolutamente inegociável.

"Isso não é um jogo de tabuleiro global, com nações passando territórios entre si. Isso é sobre os habitantes da ilha determinando seu próprio futuro", disse ele.

Perante o comitê da ONU, representantes do governo das ilhas afirmaram que o local deixou de ser colônia para virar território democrático ligado ao Reino Unido.

Disseram ainda que o povo que habita o local não é hispânico e que quer continua ligado ao país europeu. Um referendo com a população será realizado em 2013.

Vera Lucia Machado, subsecretária-geral de Assuntos Políticos do Itamaraty, chamou o discurso de Cristina de magistral e pediu a retomada das negociações.

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