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G20 defenderá crescimento em texto final

Grupo das 20 maiores economias do planeta se reúne no México para discutir a crise

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A LOS CABOS

O comunicado final da sétima cúpula do G20, praticamente finalizado ontem, véspera de sua inauguração, dá prioridade ao crescimento, com criação de empregos, em relação ao que o jargão batiza de consolidação fiscal -ou seja, políticas de austeridade destinadas a reduzir dívida e deficit públicos.

É o desenlace do debate entre crescimento e austeridade, que marcou as cúpulas do grupo das 20 maiores economias do planeta desde que a primeira fase da crise global amainou em 2010.

A formulação do documento não deve fugir muito à tese norte-americana de que o urgente é promover a criação de emprego, via crescimento, ficando para o médio prazo uma "significativa redução do deficit", conforme Michael Froman, o principal negociador dos EUA.

É o inverso da posição da Alemanha, que insiste em que o caminho do crescimento começa pelo ajuste das contas públicas.

O desenlace do debate é na verdade inconclusivo: o texto também dirá que aplicar as receitas definidas em Los Cabos depende das condições de cada país. Quem tem margem para gastar mais, que o faça; quem não tem, que se ajuste -o que deixa a moldura geral da política econômica global mais ou menos do jeito que está.

A delegação brasileira notou, no entanto, sutil mudança na posição alemã, em comparação com o documento da cúpula anterior (Cannes, novembro). Nela, havia perfeita equivalência entre crescimento e austeridade.

O comunicado dizia que "as economias avançadas se comprometem a adotar políticas para criar confiança e respaldar e implementar medidas claras, críveis e específicas para obter a consolidação fiscal".

A leve mudança parece refletir o agravamento da crise desde a mais recente reunião de ministros de Economia do G20, em abril: nela, os ministros diziam que "recentes desenvolvimentos apontam para a continuação de uma modesta recuperação global".

Agora, o Rastreamento de Índices para a Recuperação Econômica Global, da Brookings Institution e do "Financial Times", diz que "a recuperação está se procrastinando".

Sobre a Grécia, os negociadores do G20 preferiram deixar o capítulo inteiramente em branco, para que os governantes decidam o que dizer, se é que, nos dois dias em que estiverem reunidos, ficará definido o novo governo.

Tampouco está definido o montante de recursos que os países Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aportarão ao FMI, para ajudar a custear ajuda a países em dificuldades, especialmente os europeus.

Só hoje é que a presidente Dilma Roussef, que chegou ontem, se reúne com seus colegas para discutir o assunto.

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