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Zona do euro recebe injeção de 130 bi de euros

Após pressão do FMI, líderes das quatro maiores economias do bloco anunciam verba para estimular o crescimento

Banco Central Europeu também adota novas medidas com meta a de evitar contração de crédito na região

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Os líderes de Alemanha, França, Itália e Espanha acertaram ontem em encontro em Roma que destinarão € 130 bilhões para estimular o crescimento da zona do euro.

A região teve estagnação no primeiro trimestre do ano e tem previsões de contração para o segundo trimestre.

O valor corresponde a cerca de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro, que conta com 17 países.

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) também anunciou que aceitará uma gama maior de garantias e ativos com mais risco em suas operações, com a intenção de estimular a concessão de empréstimos ao setor produtivo.

O setor bancário da zona do euro, especialmente na Espanha, quarta maior economia do bloco, tem sido objeto de políticas do BCE para que siga capitalizado e com liquidez suficiente.

Desse modo, evita-se o chamado "credit crunch", a contração na concessão de empréstimos.

O BCE passa a aceitar garantias hipotecárias, títulos lastreados por empréstimos a pequenas e médias empresas, e empréstimos para veículos, leasing e hipotecas comerciais com classificação de risco até "triplo B".

A pressão para que as autoridades europeias tomassem ações concretas para estimular o crescimento na zona do euro aumentou anteontem, quando Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), declarou que o bloco precisava de iniciativas já para o curto prazo.

A chefe do FMI também defendeu que os pacotes de socorro possam ser aplicados diretamente aos bancos do bloco -ideia que tem a oposição da Alemanha, a maior economia do continente.

Na semana que vem, os líderes dos 27 países da União Europeia se reunirão em Bruxelas para discutir medidas para sair da crise e buscar uma maior integração bancária e fiscal -o que só será possível a longo prazo.

Os líderes de Itália, Alemanha, França e Espanha afirmaram que pretendem obter os recursos para investimento por meio da criação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais, o que também pode ser discutido na reunião de Bruxelas.

François Hollande, presidente da França, afirmou que "a prioridade é o crescimento; embora considere que precisamos fazer esforços orçamentários na França, não se pode resolver tudo com austeridade".

A chanceler alemã, Angela Merkel, fez questão de lembrar que o bloco se esforçou para salvar o euro, o que beneficiou a todos. Para Merkel, usar 1% do PIB para crescimento é um sinal correto do bloco, mas "a médio e longo prazos, temos de estreitar nossos laços, ter uma política comum coerente".

Merkel defende que a zona do euro avance mais na direção de uma união fiscal, com os países cumprindo metas de austeridade fiscal e orçamentária. "A Europa da crise é mais Europa", disse após o encontro de Roma.

Até a reunião de Bruxelas, o governo espanhol deve requisitar oficialmente às autoridades europeias o pedido de socorro a seus bancos, que pode chegar a € 100 bilhões.

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