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Grécia pede dois anos para cumprir metas

Comunicado diz que objetivo não deve ser mais cortar salários e pensões nem fazer demissões no setor público

Reunião para negociar medidas de austeridade com FMI, BCE e União Europeia está prevista para amanhã em Atenas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O novo governo de coalizão da Grécia, formado por três partidos, pediu ontem à União Europeia e ao FMI uma prorrogação de "pelo menos dois anos" para aplicar o plano de austeridade a que foi submetido por seus credores.

O plano prevê que, em troca dos cerca de € 240 bilhões de ajuda recebida nos últimos dois anos, o país mediterrâneo reduza o deficit público e a dívida nacional. Para isso, deve cortar gastos e enxugar salários e pensões.

"O objetivo é não mais promover cortes de salários e pensões nem o aumento de impostos", diz o comunicado, acrescentando que não fará demissões no setor público e que o governo estuda uma revalorização das indenizações por desemprego.

O documento considera ainda que empresas e sindicatos teriam de ser autorizados a fixar o nível do salário mínimo no setor privado. Em fevereiro, ele foi reduzido em 22%, chegando a € 586 (cerca de R$ 1.520) nesse mês.

No comunicado, a coalizão pede que o plano de resgate seja revisado, para que o prazo do governo para cumprir o plano e realizar as reformas de ajuste orçamentário seja estendido até 2016.

O documento foi divulgado em um momento especialmente delicado, enquanto o primeiro-ministro Antonis Samaras passava por uma cirurgia a laser em um dos olhos e o ministro das Finanças, Vassilis Rapanos, permanecia hospitalizado após ter desmaiado, na sexta-feira.

Samaras, cujo partido conservador Nova Democracia ficou em primeiro nas eleições de 17 de junho, mas não teve votos suficientes para governar sozinho, lidera o governo, que inclui o rival Pasok (social-democrata) e o Dimar (centro-esquerda).

A Grécia enfrenta o seu quinto ano consecutivo de recessão e mantém uma das maiores taxas de desemprego da Europa, superior a 20%.

A vitória de Samaras na eleição afastou, por ora, temores de que o país tenha de sair da zona do euro.

Está prevista para amanhã a negociação das medidas de austeridade pela comissão de negociadores da Grécia (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI), conhecida como "troica", em Atenas.

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