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Ex-chanceler defende asilo para Assange

Para o equatoriano Francisco Carrión, a situação do criador do site WikiLeaks é hoje "altamente vulnerável"

Ativista se instalou na embaixada do Equador em Londres e precisa de salvo-conduto para ser transferido a Quito

GABRIELA MANZINI
EM LONDRES

O ex-chanceler do Equador Francisco Carrión (2005-2007) defende que o país conceda asilo político ao ativista Julian Assange e lute perante o governo britânico por um salvo-conduto que lhe permita enviá-lo a território equatoriano.

Para Carrión, "não há dúvida" de que a situação do australiano "é altamente vulnerável". "Todo mundo sabe o que pode acontecer a ele."

"A atuação do WikiLeaks, ao revelar as práticas diplomáticas dos EUA, afetou o que o país considera sua segurança nacional. Várias autoridades americanas já manifestaram o desejo de que Assange preste contas à Justiça."

O advogado Guy Goodwin-Gill, especialista em direito de refugiados e pesquisador da Universidade de Oxford, discorda e avalia que Assange não tem hoje alternativa a não ser se render à polícia.

O jurista argumenta que não existe nenhuma prova de que Assange pode ser enviado aos EUA, já que o país jamais fez solicitação nesse sentido aos governos britânico ou sueco, e muito menos de que, mesmo se enviado, estaria sob risco de perseguição, tortura ou maus-tratos.

Ele diz que "o Reino Unido, como a maioria dos países, leva a sério suas obrigações com os direitos humanos e não enviaria alguém a um país no qual corre risco".

Portanto, conforme Goodwin-Gill, que foi conselheiro do Escritório da ONU para Refugiados, o Reino Unido "não tem motivos" para rejeitar o pedido sueco. O ativista, diz, "passou pelos tribunais britânicos, lutou contra [a extradição] e perdeu".

O ex-chanceler equatoriano, que foi embaixador do Equador na ONU e em Madri, diz esperar que o episódio não afete em nada as relações entre o Equador e os EUA.

"Essa é uma decisão soberana do governo do Equador, e o Equador não critica decisões soberanas dos EUA."

A atual embaixadora do Equador no Reino Unido, Anna Alban, viajou a Quito, capital do Equador, para discutir com o ministro das Relações Exteriores e o presidente Rafael Correa o pedido de asilo de Assange.

Com agências de notícias

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