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Merkel enfrenta Europa para barrar "eurobônus"

Chanceler alemã é contra criação de título com garantia da zona do euro

França, Itália e Espanha pressionam maior economia europeia a concordar com papel que derrubaria juro

Daniel Karmann/France Presse
Boneco Playmobil inspirado na chanceler alemã, Angela Merkel, é exposto na sede da companhia criadora do brinquedo infantil; produto não está à venda
Boneco Playmobil inspirado na chanceler alemã, Angela Merkel, é exposto na sede da companhia criadora do brinquedo infantil; produto não está à venda

DE LONDRES

Apesar de cada vez mais pressionada por Itália, França e Espanha a adotar títulos de dívida emitidos em conjunto pelos países da zona do euro, os chamados "eurobônus", a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou ontem que o bloco precisa de mais reformas antes de isso se tornar realidade.

Assim, Merkel desqualificou soluções de curto prazo para a crise no continente, que já obrigou cinco países a pedirem pacotes internacionais de socorro, e solicitou que a União Europeia adote políticas fiscais comuns, maior supervisão bancária e reformas estruturais.

Em discurso ao Parlamento, Merkel disse que o continente precisa "muito mais de novas regras de cumprimento quando acordos orçamentários são descumpridos" do que dos "eurobônus".

As medidas sugeridas pela chanceler já constam de documento que servirá como base para as discussões da reunião de líderes europeus em Bruxelas, que acontece entre hoje e amanhã.

Apesar disso, a criação dos "eurobônus" também está na pauta do encontro, o que incomoda a Alemanha.

Em carta aos líderes europeus, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, afirmou que um pacto para crescimento e criação de empregos precisa ser aprovado no encontro, que deve "sinalizar" que tudo o que é necessário será feito.

Outra medida que deve ser discutida e que desagrada a maior economia do continente é o uso dos fundos de resgate a países em crise diretamente para recapitalização de bancos com problemas.

Essa proposta conta com o apoio da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e seria adequada para o caso de socorro financeiro à Espanha, já que os problemas do país estão concentrados em seu setor bancário.

DÍVIDA

Se o dinheiro fosse disponibilizado diretamente para os bancos, a dívida pública do país não aumentaria. O conselho de ministros das Finanças da zona do euro, contudo, confirmou ontem que o empréstimo contará como dívida do governo.

A Espanha tem o apoio de França e Itália nessa questão. O governo francês, capitaneado pelo socialista François Hollande, também fará pressão para que os fundos europeus de resgate possam comprar títulos de dívida no mercado secundário para aliviar os altos juros que as economias em crise vêm pagando nos papéis de suas dívidas. (RODRIGO RUSSO)

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