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Jornal britânico acusa canal de TV mexicano

"Guardian" diz que PRI comprou espaço da programação da Televisa para propaganda

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

A eleição mexicana, que é realizada amanhã, provocou uma verdadeira guerra entre duas grandes empresas de comunicação mundiais.

De um lado está o jornal britânico "The Guardian", que vem publicando matérias sobre uma suposta campanha da Televisa para favorecer a imagem do candidato favorito a vencer o pleito, Enrique Peña Nieto (PRI).

De outro, o maior conglomerado de mídia da América hispânica, que possui quatro dos seis canais abertos do país.

Tudo começou em 7 de junho, quando o "Guardian" mostrou documentos que dão conta de que teria havido compra de espaço na programação para a promoção da imagem de Peña Nieto, em 2005, quando ele ainda era governador do Estado do México.

O acordo previa também propaganda contra o esquerdista López Obrador, com quem o PRI disputa o cargo.

Na última semana, o diário britânico voltou a publicar denúncias. Desta vez, de que o PRI teria comprado da Televisa, em 2009, a produção e a distribuição de vídeos e blogs a favor de Peña Nieto.

Para a realização desse material, a Televisa teria uma equipe especial (a equipe Handcock), e seus membros teriam assinado acordo de confidencialidade, não podendo usar nem e-mails nem computadores do grupo.

O contrato a que o "Guardian" teve acesso teria sido assinado pelo vice-presidente da Televisa, Agustín Lutteroth Echegoyen.

INTIMIDAÇÃO

"Todos os mexicanos sabem que a Televisa trabalha por encomenda de políticos, em especial do PRI", diz à Folha o sociólogo John Ackerman.

Quando surgiu a primeira denúncia, a Televisa preferiu o silêncio. Agora, porém, reagiu e disse que o "Guardian" estava fazendo uma campanha de intimidação. "O Grupo Televisa continuará cobrando desculpas públicas pelas falsidades publicadas", diz comunicado do grupo.

O "Guardian" respondeu dizendo que sustenta as denúncias e explica que os contratos foram mostrados à repórter Jo Tuckman por um funcionário da televisão, que não quis se identificar.

Já o PRI responde dizendo que desconhece os contratos.

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