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Produção industrial dos EUA cai em junho

Retração no país é a primeira em quase três anos; economistas veem reflexo da desaceleração na Europa e na China

Desemprego na zona do euro em maio chegou a 11,1%; em números absolutos, são 17,6 milhões sem trabalho

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A produção industrial americana registrou em junho sua primeira retração em três anos, resultado que é visto por economistas como reflexo da crise vivida pela Europa. Ao mesmo tempo, a produção dos países asiáticos, puxados pela China, também se contraiu no mês passado.

Nos EUA, o índice de atividade industrial do ISM (Institute for Supply Management) caiu a 49,7 em junho, devido à redução nos novos pedidos e à queda acentuada nas exportações. Nesse índice, números acima de 50 pontos indicam expansão do setor; abaixo disso, contração.

Além do recuo de 3,8 pontos em relação a maio (53,5), foi a primeira vez desde julho de 2009 que o índice ficou abaixo da marca dos 50 pontos -o que aumenta a pressão sobre o presidente democrata Barack Obama, que em novembro tentará se reeleger.

"Até agora, é o maior sinal de que a desaceleração europeia e a chinesa, em andamento há meses, começam a chegar aos EUA", disse o economista Paul Dales, da consultoria londrina Capital Economics, à agência Reuters.

Na China, o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla inglesa), que segue o mesmo padrão dos dados do ISM e já estava abaixo de 50 nos últimos meses, fechou junho em 48,4. Embora em termos percentuais a queda tenha sido de 0,2 ponto ante maio, a retração foi a maior da indústria chinesa em sete meses.

Entre sexta-feira e ontem, outros países da Ásia também divulgaram números ruins dos seus setores industriais.

No Japão, o PMI caiu para 49,9; na Coreia do Sul e em Taiwan, a produção industrial recuou para seu menor patamar em cinco meses.

No epicentro da crise global, a eurozona, o PMI calculado pela consultoria Markit se manteve baixo e estável -foi de 45,1 no mês passado.

Dados individuais dos países europeus mostram que, na Espanha e na Alemanha, a atividade da indústria se contraiu no ritmo mais rápido em três anos; na França e na Itália, o PMI subiu ligeiramente, mas continuou abaixo da linha dos 50 pontos.

"Não há dúvida de que existe uma série de fatores em comum contribuindo para a desaceleração em várias regiões do mundo, e a crise europeia é provavelmente o fator predominante hoje", avalia Jeavon Lolay, economista do Lloyds Banking Group.

DESEMPREGO EUROPEU

A zona do euro também divulgou ontem dados sobre o desemprego em maio nos 17 países que a compõem -a taxa ficou em 11,1%, ligeira oscilação positiva em relação a abril (11%). Contando os 27 países da União Europeia, o desemprego passou de 10,2% em abril para 10,3% em maio.

O índice de 11,1% é o maior desde o início das estatísticas da eurozona, em 1995, e representa 17,6 milhões de pessoas sem emprego -a Espanha é recordista, com 24,6%. "O desemprego continuará subindo enquanto a economia não melhorar, o que não deve ocorrer antes de 2013", diz o analista Steen Jakobsen.

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