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No Mercosul, fator político venceu jurídico, diz Mujica

Presidente do Uruguai se referiu assim à decisão de incluir Venezuela no bloco

Mandatário disse que iniciativa da reunião que decidiu ingresso foi de Dilma, mas todos estavam de acordo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Uruguai, José Mujica, diz que a entrada Venezuela no Mercosul, à revelia do suspenso Paraguai, foi tomada em consenso pelos sócios numa reunião em que o fator "político superou longamente o jurídico".

Mujica matizou, assim, declarações de seu chanceler, Luis Almagro, que afirmou que o Uruguai se opôs à adesão imediata do país de Hugo Chávez ao bloco e que só cedeu por pressão do Brasil.

"Apesar de ser correta [a informação] de que quem pediu a reunião [privada de presidentes] foi Dilma, estivemos de acordo os três", disse ao uruguaio "La República".

Ao contrário de seu chanceler, Mujica não disse que a adesão é passível de questionamento legal porque se deu sem o Senado do Paraguai -suspenso do Mercosul após o impeachment-relâmpago de Fernando Lugo no dia 22.

"O Senado que há cinco anos vem zombando de nós, negando a entrada da Venezuela com argumentos imorais, agora tira o presidente. Por isso decidimos não mais validar essa manipulação."

O Brasil diz que a adesão do país caribenho é "irreversível" e que não há possibilidade de contestação jurídica.

Mujica não citou as declarações de seu vice-presidente, Danilo Astori, que chamou de "ferida" institucional a adesão. Ex-ministro da Economia e ex-pré-candidato à Presidência, o moderado Astori é um rival de Mujica na governista Frente Ampla.

PARAGUAI

Ontem, o chanceler paraguaio, José Fernández Estigarribia, disse que Assunção denunciará ante os tribunais do Mercosul, sediados na capital, a "série de violações" aos direitos do país cometidos por seus sócios no bloco.

Um dia após voltar a acusar a Venezuela de tentar sublevar os militares paraguaios em defesa de Lugo, o governo Federico Franco anunciou também a retirada de seu embaixador de Caracas. A Chancelaria paraguaia também declarou "persona non grata" o representante venezuelano em Assunção.

A segunda medida, porém, é inócua. Em reação ao impeachment de Lugo, Chávez já havia ordenado o retorno de seu embaixador a Caracas.

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