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Contra crise, BCs da Europa e da China derrubam os juros Na zona do euro, taxa cai de 1% ao ano para apenas 0,75%, a mais baixa desde a criação da moeda comum Medidas geram temor de que tenha havido ação coordenada com base na avaliação de que cenário se agrava RODRIGO RUSSODE LONDRES Em uma ação para estimular a economia, os bancos centrais da zona do euro e da China reduziram a taxa de juros. Com o mesmo objetivo, o Banco da Inglaterra (BC do Reino Unido) anunciou que vai aumentar a oferta de moeda no mercado. O Banco Central Europeu (BCE) cortou sua taxa de juros de 1% para 0,75%, o menor índice desde a adoção do euro. A redução vinha sendo cobrada pelo mercado para mitigar os efeitos da crise na zona do euro. Segundo o presidente do BCE, Mario Draghi, a decisão teve por base a confirmação da desaceleração econômica na região. No primeiro trimestre deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro ficou estagnado em relação ao fim de 2011. Teme-se uma contração econômica no segundo trimestre deste ano. Para Draghi, o crescimento na região segue fraco e as pressões de inflação "devem continuar em linha com a estabilidade de preços no médio prazo". O BCE não cortava os juros desde dezembro. Mesmo durante a crise de 2008, após problemas com o banco Lehman Brothers, o BCE não reduziu a taxa abaixo de 1%, mas a gestão de Draghi tem feito esforços para estimular o crescimento. Também ontem, o Banco da Inglaterra manteve em 0,5% sua taxa de juros, mas anunciou a ampliação de seu programa de compra de ativos em 50 bilhões de libras, chegando ao total de 375 bilhões de libras (US$ 585 bilhões). De acordo com o comitê de política monetária da instituição, a nova fase do programa, que começou após a crise de 2008, será adotada nos próximos meses. O comunicado do Banco da Inglaterra explica que a decisão teve por base o cenário frágil do Reino Unido, em recessão no último semestre. Apesar das medidas anunciadas ontem, as principais Bolsas da Europa fecharam o dia em baixa -apenas Londres teve pequena alta. As medidas dos três bancos centrais -anunciadas no espaço de uma hora- levantaram a suspeita de uma ação coordenada, que seria fruto da avaliação de que a crise é mais grave do que se admite em declarações públicas. Draghi negou coordenação entre os BCs. Outro temor é o de que os instrumentos anticrise estejam se esgotando e que possam tornar-se inócuos. Os títulos de dívida pública da Espanha com vencimento em dez anos, outro índice da desconfiança dos mercados, foram vendidos ontem pelo governo a juros de 6,5%, -o maior valor desde novembro para venda primária e próximo da casa de 7%, considerada insustentável por analistas. Os papéis da Itália também tiveram alta e foram negociados ontem entre investidores a juros de 5,98%. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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