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Em campanha, Obama recorre à OMC contra a China

Os EUA abriram ontem mais um pedido de consulta na Organização Mundial do Comércio contra a China, visando o setor automotivo.

A decisão ocorre em meio a uma campanha presidencial na qual Pequim tem sido pintada como principal rival dos EUA, em uma substituição do antagonismo geopolítico, tão usado como bandeira eleitoral no passado, pelo econômico, que tem mais eco em tempos de crise.

O pedido de ontem inicia, formalmente, uma disputa na OMC. Segundo a organização, o foco dos EUA são encargos antidumping e os mecanismos de compensação aplicados pelas autoridades chinesas sobre veículos americanos vendidos ao país.

Uma vez feito o pedido, as duas partes terão 60 dias para negociar uma solução comum. Se não conseguirem, o caso passará a um painel da OMC, em um processo que, entre avaliações e recursos, pode levar anos até o veredicto final e uma eventual pena.

"Meu governo abriu uma nova ação para responsabilizar a China por práticas comerciais injustas que prejudicam os fabricantes de carros americanos", declarou o presidente Barack Obama em comício em Maumee, Ohio.

"Não temos medo de competir, acreditamos em competição e comércio [...]. Mas queremos ter certeza de que essa competição é justa."

O presidente iniciou ontem sua primeira turnê oficial de campanha de ônibus e escolheu como destino exatamente dois polos da indústria siderúrgica e de autopeças, Ohio e a região de Pittsburgh, na vizinha Pensilvânia.

No discurso, colocado no site da Casa Branca, aproveitou para alfinetar seu rival republicano, Mitt Romney, por dirigir empresas que realocaram empregos no exterior e evocou queixas anteriores contra Pequim, afirmando ter sido mais rápido em registrá-las do que que seu antecessor, George W. Bush (antes, a China não estava na OMC).

No último dia 15, a OMC deu aos EUA a vitória contra a China em um contencioso sobre encargos compensatórios sobre aço americano usado em cabos elétricos, iniciado em setembro de 2010 -outro produto feito na região visitada pelo presidente.