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WikiLeaks vai publicar 2,4 milhões de e-mails sírios

Mensagens vazadas incluem, segundo o site, negociações da ditadura com empresas do Ocidente

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A organização WikiLeaks anunciou ontem que vai publicar em seu site material de cerca de 2,4 milhões de e-mails vazados da Síria, muitos deles provenientes das contas de membros do governo do ditador Bashar Assad.

Segundo Sarah Harrison, representante do grupo -que ganhou notoriedade por divulgar na internet papéis diplomáticos dos EUA-, as mensagens, que vão de 2006 até este ano, revelam negociações entre o governo sírio e empresas do Ocidente.

Harrison não deu detalhes sobre o conteúdo, mas disse que para o fundador do site, Julian Assange, o material "é constrangedor para a Síria, mas também para os adversários externos do regime".

Ontem, o semanário italiano "L'Espresso" revelou o conteúdo de alguns dos e-mails sírios. De acordo com a reportagem, uma das unidades do grupo de tecnologia de defesa Finmeccanica vendeu equipamentos de comunicação à polícia da Síria.

Há registro de vendas em fevereiro de 2012, quando a revolta contra a ditadura de Assad já durava 11 meses e produzira milhares de mortos, segundo a ONU. A União Europeia impôs sanções ao governo sírio, e a Itália criticou a repressão aos levantes.

Em nota, o grupo italiano alegou que o contrato foi firmado antes da eclosão do conflito na Síria e que o equipamento, que permite transmissão de mensagens criptografadas, foi desenvolvido para uso exclusivo de civis.

O "L'Espresso", porém, afirma que os pedidos das autoridades sírias à empresa italiana aumentaram depois do início dos choques no país.

SUPOSTA DESERÇÃO

Ativistas de oposição disseram que 54 pessoas foram mortas nos confrontos de ontem na Síria e que o general Manaf Tlas, amigo de Assad e integrante de sua Guarda Republicana, teria desertado e fugido para a Turquia.

Em Damasco, o general Robert Mood anunciou que a missão da ONU enviada à Síria para monitorar cessar-fogo proposto pelo enviado Kofi Annan será reestruturada. As operações foram suspensas em 16 de junho.

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