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Argentina restringe compra de dólar e de real

DE BUENOS AIRES

O governo argentino determinou novas restrições à compra de dólares e formalizou o cerco a outras moedas estrangeiras, incluindo o real.

Agora, os argentinos não podem mais adquirir dinheiro de fora com a finalidade de poupar nem para comprar imóveis.

"Quem tiver que fazer essas operações terá de fazê-las em pesos. É um passo adiante na pesificação do mercado imobiliário", disse Mercedes Marcó del Pont, titular do Banco Central.

A determinação atinge em cheio os argentinos, que têm o hábito de fazer seus principais investimentos pessoais na moeda norte-americana. Também o mercado imobiliário é tradicionalmente regido por esse índice.

Desde outubro do ano passado, o governo argentino tem estabelecido normas para evitar a fuga de capitais, que atingiu US$ 20 bilhões no ano passado.

Primeiro, passou a exigir justificativas para quem quisesse comprar dólares no valor oficial (hoje em 4,50 pesos) ou qualquer outra moeda estrangeira. Depois, restringiu a venda da moeda para quem viaja por meio de operadoras de turismo. É preciso informar o destino da viagem, a duração e quanto se pretende gastar.

O Banco Central estipulou também, nesta semana, que se a viagem por algum motivo não for realizada, o comprador terá cinco dias para desfazer o câmbio e devolver os bilhetes.

As medidas têm feito com que o dólar dispare. Em algumas "cuevas" (casas de câmbio clandestinas) a moeda chega a ser comercializada a 6 pesos.

O mercado imobiliário é o mais atingido pelas medidas, tendo acumulado, desde que começaram a ser adotadas, mais de 40% de queda.

"Muitos proprietários tiraram seus imóveis do mercado, esperando um melhor momento", disse à Folha a corretora Maria Elina Ragno.

(SYLVIA COLOMBO)

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