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Sem resultado oficial, liberais cantam vitória na Líbia

Mas Partido Justiça e Construção, ligado à Irmandade Muçulmana, contesta rivais sobre desfecho das eleições parlamentares

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após as eleições do final de semana, na Líbia, a coalizão Aliança de Forças Nacionais declarou ontem que está liderando a disputa para o Congresso Nacional.

Os votos, porém, ainda passam por contagem parcial. Estimativas preliminares são esperadas para hoje.

A Aliança de Forças Nacionais é uma coalizão de 65 partidos liberais liderados por Mahmud Jibril, primeiro-ministro da Líbia durante os tempos de insurgência.

Autoridades eleitorais afirmam, porém, que ainda "não há indicação de vantagem de qualquer partido" e que todas as declarações sobre vencedores "são especulação".

Muhammad Sawan, líder do Partido Justiça e Construção -braço político da Irmandade Muçulmana na Líbia-, afirmou às agências de notícias que qualquer vazamento de resultados é "simplesmente propaganda".

O resultado final deve ser divulgado durante a semana.

O comparecimento às urnas no país foi de 60%, com 1,7 milhão de eleitores.

As eleições realizadas no sábado contrariam, por ora, os temores de que o país será tragado pela violência após ter destronado o ex-ditador Muammar Gaddafi, morto em outubro durante a rebelião.

O pleito -o primeiro livre na Líbia desde 1964- foi realizado em meio a comemorações, com incidentes isolados. Há relatos de confrontos, incluindo duas mortes.

Agências notam que mesmo em Sirte, cidade de Gaddafi, a votação foi estável.

Para o governo interino da Líbia e para a comunidade internacional, as eleições realizadas no final de semana dão testemunho do avanço da democracia no país.

"Os EUA estão orgulhosos do papel que nós tivemos ao apoiar a revolução líbia e ao proteger o povo líbio", afirmou Barack Obama, presidente dos Estados Unidos.

Apesar das declarações da coalizão de Mahmud Jibril, não há certezas sobre o resultado do pleito, que determinará a formação da assembleia de 200 cadeiras responsável por nomear o próximo primeiro-ministro da Líbia.

Entre as questões que podem ser motivo de atrito na Líbia está a divisão dessas vagas entre as regiões do país.

Benghazi, vista como "capital rebelde" durante a insurgência contra Gaddafi, pede mais autonomia e critica a predominância de Trípoli, localizada ao oeste, na política.

Em meio a essas discussões, uma decisão de última hora tirou do Congresso Nacional o dever de formar o painel que irá escrever a nova Constituição da Líbia. Agora, esse grupo será eleito pela população separadamente.

Outro ponto observado atentamente pela comunidade internacional é a possibilidade de os partidos islâmicos serem os vitoriosos nas eleições do final de semana.

Situação semelhante foi registrada, por exemplo, no vizinho Egito, em que partido ligado à Irmandade Muçulmana venceu nas urnas.

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