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Farc dizem ter derrubado caça da Embraer

Aeronave de fabricação brasileira que participava de operação militar contra a guerrilha desapareceu anteontem

Com popularidade em queda, presidente Juan Manuel Santos afirma que a milícia 'não tem capacidade' para a ação

DE SÃO PAULO

A queda na Colômbia de um avião de combate fabricado pela Embraer pôs mais combustível na crise enfrentada pelo presidente Juan Manuel Santos ante o aumento de ações violentas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A aeronave Super Tucano, um dos 25 modelos brasileiros que a Colômbia possui, foi dada como desaparecida anteontem, durante operação militar contra a guerrilha na região de Cauca, no volátil sudoeste do país.

No mesmo dia, Santos visitara uma cidade de Cauca, Toríbio, alvo frequente das Farc recentemente. Foi um esforço para combater a ideia de fortalecimento da guerrilha -debilitada em boa parte do território- na área.

Ontem, as Farc anunciaram ter derrubado o Super Tucano, considerado um dos trunfos dos militares, pela adaptação ao combate irregular e em zonas de selva.

Dois militares morreram. Uma equipe da Cruz Vermelha foi até a região recuperar os corpos. Guerrilheiros entregaram um deles e exibiram restos da fuselagem do avião.

O presidente Santos considerou "improvável" que as Farc tenham abatido o avião: "Ela [a guerrilha] não tem capacidade para fazê-lo".

Procurada, a Embraer não quis comentar e disse que ajudará a Colômbia a investigar as causas da queda. O país é dono da segunda maior frota dos Super Tucanos, menor apenas que a do Brasil.

A empresa disse não dispor do histórico de acidentes envolvendo o modelo. Há cinco dias, um Super Tucano caiu em Campo Grande, matando o piloto. Em março, o Equador reportou a queda de um avião brasileiro do tipo -os tripulantes sobreviveram.

POPULARIDADE

Cauca se transformou nas últimas semanas numa prova de fogo para Santos. A etnia indígena nasa protesta contra os combates no que consideram ser seu território ancestral. Pediram a retirada do Exército e da guerrilha e, ontem, desalojaram militares de um posto.

Santos respondeu lançando um plano milionário de investimentos em Cauca, onde 60% da população vive abaixo da linha da pobreza.

Prestes a completar dois anos no cargo, o colombiano exibe sua pior aprovação: 48%, ante 64% há dois meses, diz o Gallup. Além de reveses políticos, houve piora na avaliação da segurança: os que a desaprovam passaram de 51% para 69%.

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