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Regime sírio mata mais de 200, dizem opositores

Forças de Assad teriam usado tanques e helicópteros em massacre em Hama

Mortes ocorreram no dia em que a Rússia rechaçou novamente adotar sanções contra o governo do país árabe

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ativistas denunciaram ontem um novo massacre na Síria, em que pelo menos 200 pessoas teriam sido mortas pelas forças do regime na aldeia de Tremseh, na província de Hama.

Ontem, os números divergiam. O Observatório Sírio para Direitos Humanos, com sede em Londres, disse ter sido informado da morte de uma centena de pessoas, apesar de só ter a confirmação dos nomes de 30 vítimas.

Outros grupos opositores, como o Conselho Revolucionário de Hama, afirmaram que o número de mortes poderia passar de 200.

Em comunicado, o grupo relatou que forças sírias atacaram a aldeia com tanques e helicópteros e cometeram "execuções sumárias", atirando na cabeça das vítimas, em sua maioria, civis. Muitos corpos teriam sido levados para a mesquita local.

A televisão estatal síria, por sua vez, culpou os "terroristas" pelas mortes e disse que as tropas sírias só entraram no local depois de receberem o pedido de ajuda dos moradores. Pelo menos três militares teriam sido mortos, segundo o governo.

Se confirmadas as mortes, esse será o pior massacre ocorrido no país desde o início dos confrontos, em março de 2011.

Em maio passado, 108 pessoas foram mortas na cidade de Houla, o que fez a comunidade internacional aumentar a pressão sobre o regime.

Ontem, o Conselho Nacional Sírio já pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater uma resposta às mortes de Hama e o envio de observadores da ONU ao local.

O banho de sangue ocorreu no dia em que Moscou rechaçou mais uma vez apoiar sanções contra o regime de Bashar Assad.

Os 15 membros do Conselho de Segurança negociam o futuro da missão da ONU no país, cujo mandato expira no próximo dia 20. Enquanto a Rússia quer um prazo de mais 90 dias, Reino Unido, EUA, França e Alemanha defendem um prazo de 45 dias e a aplicação de sanções no caso de que não cesse a violência.

"Somos completamente contrários [à aplicação] do Capítulo 7 [da Carta das Nações Unidas, que autoriza as sanções]. Qualquer coisa pode ser negociada, menos isso", disse o vice-embaixador russo na ONU, Alexander Pankin.

Segundo as Nações Unidas, mais de 10 mil pessoas morreram desde o início da revolta. A oposição fala em cerca de 17 mil mortos.

Ontem, a Agência Nacional de Notícias do Líbano divulgou que vários foguetes disparados da Síria caíram ontem na região de Wadi Khaled, no norte do país, sem deixar vítimas.

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