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Pressão à Síria cresce após novo massacre Morte de 220 civis em aldeia faz secretário-geral da ONU insistir em ação do Conselho de Segurança, que está dividido Hillary Clinton aponta 'assassinato deliberado' pela ditadura de Assad; Brasil eleva tom e, em nota, condena ataque
A ONU e os EUA aumentaram a pressão sobre a ditadura de Bashar Assad após os indícios de novo massacre de civis na Síria, em que tropas e milícias ligadas ao regime teriam deixado 220 mortos na aldeia de Tremseh, na região de Hama (centro do país). De acordo com os grupos de oposição a Assad, foi o maior dos ataques a civis desde o início do levante no país, em março do ano passado. A TV estatal síria, mais uma vez, atribuiu as mortes a "grupos terroristas armados". Até o Brasil, que vinha recomendando o diálogo com a ditadura de Assad, subiu o tom -ontem, o Itamaraty emitiu nota em que condena "veementemente a repressão violenta contra civis desarmados" e insta o governo sírio a colaborar com a ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o enviado especial Kofi Annan insistiram na necessidade de o Conselho de Segurança agir para pôr fim ao conflito, que já matou ao menos 10 mil, segundo a própria ONU. A pressão é um reconhecimento do fracasso do plano de cessar-fogo proposto por Annan e aprovado pelo Conselho, que previa retirada das tropas sírias das áreas mais povoadas e cessação da violência por parte dos rebeldes. De acordo com Ban e Annan, o ataque à aldeia de Tremseh envolveu artilharia, tanques e helicópteros. Segundo relatório de observadores da ONU, a Força Aérea síria continua atacando em larga escala áreas ao norte da cidade de Hama, um dos focos da revolta no país. O relatório afirma ainda que monitores da ONU desarmados tentaram chegar à aldeia, mas foram barrados a 6 km dela por comandantes da Força Aérea, que alegaram ter feito isso devido às "operações militares" na área. Dividido, o Conselho de Segurança já debate uma nova resolução sobre a Síria, uma vez que o mandato da missão de monitores da ONU termina na sexta-feira que vem. Reino Unido e Rússia fizeram circular propostas de resolução. A britânica prevê sanções a Assad caso ele não proceda à retirada de suas tropas em até dez dias, de acordo com o Capítulo 7 da Carta da ONU, que abre a possibilidade de ação militar. Principais aliados do regime sírio dentro do CS, os russos se mantêm contra a adoção de sanções e o recurso ao Capítulo 7 -sua proposta insiste na implantação do acordo de cessar-fogo de Annan. Em viagem pela Ásia, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse haver "provas indiscutíveis de que o regime [sírio], deliberadamente, assassinou civis inocentes". "Os autores dessas atrocidades serão identificados e terão de responder por elas", acrescentou Hillary. ARMAS QUÍMICAS Segundo o "Wall Street Journal", fontes do governo dos EUA disseram ter informações de que Assad está mudando de lugar seu arsenal de armas químicas. Não se sabe, porém, se a intenção seria usá-las contra rebeldes ou escondê-las dos oponentes e dos governos ocidentais. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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