Cristina pune empresário que fez crítica ao governo

Por conta de uma pressão exercida pelo governo argentino, a Afip (receita federal) suspendeu temporariamente a licença para operar de uma imobiliária portenha, a JT.

O caso teve ampla repercussão porque se originou num discurso de Cristina Kirchner em cadeia nacional.

Na última quarta-feira, a presidente comentou uma reportagem do jornal "Clarín" que dava conta da insatisfação de imobiliárias com as medidas restritivas do governo para a compra de dólares.

No texto, o dono da JT, Jorge Toselli, afirmava que o interesse da clientela por casas e apartamentos vinha caindo.

A presidente, então, declarou que havia pedido que a Afip investigasse as declarações de impostos da empresa. "Essa firma não apresentava declarações de ganhos desde 2007", disse.

A atitude foi criticada pelos jornais opositores e por advogados e juristas, que consideraram que a presidente abusou de suas prerrogativas para expor um cidadão.

O presidente da Câmara Imobiliária Argentina, Néstor Walenten, disse que o setor reagiu com "preocupação". "Se esses são os métodos de administrar um governo, a sociedade deve ter medo."