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Ataque mata ministros do regime sírio

Explosão em prédio onde ocorria reunião do governo Bashar Assad deixa três mortos e dois feridos entre o alto escalão

Ministro da Defesa e seu vice, que era cunhado do ditador, morrem na ação; opositores dizem ser "o começo do fim"

Associated Press
Em imagem feita por um morador, fumaça é vista no centro de Damasco, no quarto dia de confrontos na capital síria
Em imagem feita por um morador, fumaça é vista no centro de Damasco, no quarto dia de confrontos na capital síria

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O regime do ditador sírio, Bashar Assad, sofreu ontem seu mais duro revés em 16 meses de conflito no país.

Uma explosão matou ao menos três altos oficiais, entre eles o ministro da Defesa, Daud Rajiha, e seu vice Asef Shawkat, cunhado de Assad, emitindo um sinal de vulnerabilidade do círculo mais próximo ao ditador.

A outra vítima foi Hassan Turkomani, vice-presidente assistente, com status de ministro. Foram feridos o ministro do Interior, Muhammad al Shaar, e o general Hisham Ik-htiar, chefe do Departamento de Segurança Nacional.

O ataque, que ocorreu dentro da sede do órgão de Segurança Nacional, no centro, foi reivindicado pelo opositor Exército Livre da Síria (ELS).

O ELS disse ter planejado por dois meses como plantar uma bomba na sala onde a cúpula de segurança do governo se reunia. "Se Deus quiser, esse é o começo do fim do regime", disse o comandante do Exército Livre da Síria, Riad Asaad, à Associated Press.

As primeiras informações veiculadas pela TV estatal diziam que o atentado teria sido ação de um homem-bomba. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, todos os que estavam na reunião morreram ou se feriram.

FRAGILIDADE

Seja um atentado suicida, seja um ataque com bomba, especula-se que a ação não seria possível sem um participante infiltrado no grupo mais próximo de Assad.

O ataque expõe assim mais a vulnerabilidade da cúpula do ditador do que um real fortalecimento da oposição.

Um dos seguranças do ministro Rajiha poderia estar envolvido na ação.

O ministro da Informação sírio Omran al-Zubi, prometeu que os responsáveis pelo ataque serão "responsabilizados", e negou que haja um racha entre os militares.

Para o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, o atentado demonstra a "perda de controle" de Assad sobre o país. Em comunicado, a Casa Branca informou ontem que o presidente Barack Obama e o homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram com a necessidade de uma transição política na Síria, para "evitar uma nova deterioração da situação" na região.

O Kremlin, contudo, declarou que "persistem as diferenças sobre a forma concreta de alcançar" a solução política à crise síria.

O ataque se dá em meio a uma onda de confrontos em Damasco, que já dura quatro dias. Logo após o atentado, ruas próximas ao prédio atingido foram fechadas, assim como a estrada que liga Beirute à capital síria.

ONU

Diante do agravamento da situação na Síria, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adiou para hoje a votação de uma resolução que prevê sanções ao regime, prevista para ontem. A Rússia ameaça vetar também esse texto, formulado pelo Reino Unido.

A Liga Árabe anunciou uma reunião para discutir o ataque no próximo domingo.

Após o atentado, ocorrido em uma região próxima ao Palácio Presidencial, Assad não fez nenhum pronunciamento. Não se sabe se ele permanece na capital, mas havia rumores de que sua família teria deixado o país.

A TV estatal anunciou que o general Fahd Jassem al Freij, chefe de gabinete militar, foi nomeado ministro da Defesa.

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