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Comércio entre África e China é insustentável, diz Zuma

Presidente sul-africano alerta para efeitos da relação em que região vende commodities e compra manufaturados baratos de Pequim

DO “FINANCIAL TIMES”

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, disse que o caráter desequilibrado das relações comerciais crescentes da África com a China é "insustentável" no longo prazo.

A declaração foi feita logo depois de Hu Jintao, o dirigente chinês, ter prometido US$ 20 bilhões em empréstimos à África, o dobro do valor que Pequim ofereceu ao continente três anos atrás.

"O compromisso da África com o desenvolvimento da China vem sendo demonstrado pelo fornecimento de matérias-primas e outros produtos e pela transferência de tecnologia", disse Zuma.

"Esse padrão é insustentável no longo prazo. A experiência econômica passada da África com a Europa dita a necessidade de cautela na parceria com outras economias."

Zuma parecia estar aludindo às preocupações de alguns países africanos com relação ao caráter não equilibrado do relacionamento comercial.

O comércio entre China e África chegou a US$ 166 bilhões em 2011, com um superavit em favor da África devido às exportações de matérias-primas. A China é grande exportadora de bens manufaturados baratos à África, como eletrônicos e roupas.

A África do Sul vem atraindo investimentos chineses importantes, promovendo-se como porta de entrada a outros países africanos.

Críticos acusam a China de adotar uma abordagem neocolonialista e de explorar seus recursos naturais. Muitos países querem que a importação seja mais ampla.

Pequim vê a África como aliada estratégica e pressiona por mais papéis africanos na ONU, ao mesmo tempo em que incentiva empresas chinesas de infraestrutura e recursos a investir na região.

Os investimentos na África -US$15 bilhões nos últimos dez anos- vêm crescendo rapidamente, e firmas chinesas constroem obras de infraestrutura em toda a região.

Nesta semana, a China anunciou várias medidas para ajudar a reequilibrar os laços comerciais, incluindo tarifas zero para uma gama maior de produtos africanos.

Embora as empresas chinesas venham investindo fortemente na África, nem tudo tem sido fácil para elas. Um dos piores momentos ocorreu em 2010, quando o chefe chinês de uma mineradora em Zâmbia atirou em 12 mineiros locais durante uma revolta.

Tradução de CLARA ALLAIN

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