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eleições EUA

Romney deve apressar escolha de seu vice

Anúncio antes da convenção seria modo de tirar do foco patrimônio do republicano e dar fôlego à sua campanha

Favoritos para compor a chapa são fracos de carisma, mas, depois de Sarah Palin, partido deve optar pela segurança

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Quando a então governadora do Alasca subiu ao palco em Dayton (Ohio), em 29 de agosto de 2008, seu nome era uma incógnita. O anúncio como vice do candidato republicano à Presidência, John McCain, faria de Sarah Palin celebridade mundial.

É improvável que o efeito se repita quando o atual candidato do partido, Mitt Romney, apresentar sua escolha -o que deve ocorrer em dias, a julgar pelos muitos e-mails da campanha a respeito.

No topo da lista, segundo informações vazadas por mídia local, analistas e o site de apostas políticas Intrade, há dois nomes tão seguros para o partido quanto insossos.

São Rob Portman, 56, um senador de Ohio afinado com Romney e orçamentos, e Tim Pawlenty, 51, ex-governador do Estado de Minnesota.

A precipitação do anúncio, trunfo usado normalmente perto da convenção partidária (a deste ano é no fim de agosto), é aparente tentativa de tirar o foco das dúvidas sobre investimentos e impostos de Romney levantadas pela campanha de Barack Obama.

"Isso pode dar energia à chapa, que terá dois candidatos para fazer campanha e atrair atenção", diz Michael Barone, do conservador American Enterprise Institute.

"É uma tremenda forma de virar o disco [para longe dos negócios de Romney]", disse ao "New York Times" Nelson Warfield, porta-voz de Bob Dole quando ele concorreu com Bill Clinton, em 1996.

A campanha parece captar a ideia. Desde o dia 7, tem enviado e-mails oferecendo rifas para conhecer o vice. Na segunda, vazou a um site o nome da ex-chanceler Condoleezza Rice, uma opção remota, para inflar a boataria.

O caso de Palin, despreparada para o escrutínio midiático pós-nomeação, deixou os republicanos receosos de trocarem o seguro pelo pop duvidoso. A vice foi vista como uma razão da derrota.

O vice importa para 74% dos eleitores, segundo pesquisa do "New York Times". Com Romney, a seleção começou já em maio. Longo e meticuloso, o processo virou anedota nos EUA: inclui vasculhar IR, vida pessoal e de parentes, questionários, sabatinas sobre religião, temas sociais e internacionais e o cara a cara com o candidato.

Quatro nomes se destacam nos e-mails da campanha: Portman, Pawlenty, o senador Marco Rubio e o deputado Paul Ryan. São os favoritos, mas Rubio perde fôlego.

"Ele diz que não quer, e há questões sobre suas despesas no Senado estadual", lembra Barone, acrescentando achar a mídia "hostil" a republicanos pertencentes a minorias (Rubio é filho de cubano).

Com os nomes mais pop no ar, há pouca chance de o coeficiente de carisma na chapa do robótico Romney subir.

Lidera as apostas Portman, que, para Barone, "dobraria a dose de 'chuchu' na chapa, mas é bom de campanha e no governo". Ser de Ohio, Estado estratégico, ajuda. Depois vem Pawlenty, cujas raízes operário-evangélicas atraem eleitores alienados pelo milionário mórmon Romney.

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