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Brasil avaliou por 7 meses retirada de embaixador da Síria

Tiroteio próximo à residência do diplomata em dezembro deu o primeiro sinal de alerta para saída de funcionários brasileiros do país

DE SÃO PAULO

Por sete meses, o Itamaraty vinha trabalhando com a possibilidade da retirada de seus diplomatas de Damasco.

O sinal de alerta veio após a primeira troca de tiros nas proximidades da residência do embaixador, Edgard Casciano, no fim de dezembro.

Os convidados tiveram de se refugiar no subsolo da casa durante um almoço oferecido pelo diplomata. O caso foi relatado a Brasília em telegrama no dia seguinte.

"O ministro Patriota já tinha essa preocupação com a nossa segurança desde o fim de 2011, sempre me ligava preocupado com nossos dependentes", disse Casciano, que está trabalhando em Beirute desde a sexta-feira, quando deixou a capital síria com outros cinco funcionários.

No fim de fevereiro, os familiares dos diplomatas foram retirados do país e ficou a cargo do embaixador alertar Brasília quando a situação estivesse "insustentável" para a equipe em Damasco.

"Na terça-feira [17], um dia antes do atentado que ceifou a cúpula do ministério da Defesa, mandei um e-mail para o ministro, dizendo que estava na hora de cogitar retirar o nosso pessoal. No mesmo dia, ele disse que ia tomar providências imediatas."

Os dois dias seguintes serviram para arrumar a documentação para que os diplomatas seguissem trabalhando de Beirute. "Foi planejado com antecedência. Tinha a preocupação de que a nossa saída não fosse precipitada, mas também não saíssemos tarde demais", afirmou.

A chancelaria síria foi informada anteontem da saída, por um comunicado. A embaixada continua funcionando com cinco funcionários locais.

Desde a sexta-feira, três brasileiros procuraram a embaixada para se informar sobre o plano de retirada.

"A gente vai reunindo esse pessoal. Quando tivermos um universo razoável [de pedidos], a gente deslancha o plano de retirada, se for necessário", disse. No caso de uma pequena demanda, o governo pode ajudar as famílias a seguirem até a fronteira com o Líbano. "Temos até onde abrigar esse pessoal temporariamente, se for o caso."

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