Atirador do cinema enviou plano de ataque a psiquiatra

	Rick Wilking/Reuters
	Mulheres no funeral de Gordon Cowden, 51, o mais velho entre os mortos pelo atirador

Antes de matar 12 pessoas num cinema nos EUA, James Holmes enviou um caderno com notas e desenhos detalhando seus planos a um professor de psiquiatria da Universidade do Colorado, onde ele estudava neurociência.

A correspondência só foi aberta depois do massacre, por agentes da polícia.

A informação foi revelada pelo site da TV Fox News.

Segundo a Fox News, policiais e agentes do FBI foram chamados na segunda-feira a Anschutz, o campus médico da Universidade do Colorado em Aurora, depois que um professor da unidade disse ter recebido um pacote que ele acreditava ter o atirador como remetente.

O pacote em questão não vinha de Holmes, mas uma busca na caixa de correio de Anschutz topou com uma correspondência enviada por ele. A polícia foi autorizada a abri-la e encontrou o caderno de espiral com as notas.

"Havia desenhos do que ia fazer, desenhos e ilustrações do massacre", disse à Fox News uma fonte não identificada ligada à investigação.

O professor a quem o pacote foi enviado não foi identificado. A universidade confirmou ter recebido uma correspondência que entregou às autoridades, mas não confirmou seu conteúdo. Contestou, porém, a data do envio. A FOX diz que foi em 12 de julho, oito dias antes do ataque.

"COMO TERMINA?"

Holmes é mantido em solitária desde a sexta-feira passada, quando foi detido após atirar na plateia que assistia a "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" em Aurora (Colorado) -9 dos 58 feridos estão em estado crítico.

Ontem, o "New York Daily News" publicou que o atirador perguntou a um funcionário da prisão como terminava o filme."Assistiu ao filme?" e depois, "como termina?", disse o atirador, segundo contou o funcionário, que não se identificou, ao jornal.

Holmes, 24, ainda não foi acusado formalmente pela Justiça, o que deve acontecer na próxima segunda-feira.

À diferença da primeira audiência, câmeras não serão permitidas na sala.

Ele deve ser julgado por homicídio em primeiro grau (doloso e premeditado), o equivalente ao homicídio qualificado no Brasil.

Em Aurora, Gordon Cowden, 51, o mais velho entre os 12 mortos pelo atirador, foi enterrado. Segundo um amigo, sua filha, Brooke, contou como foi dançar pela última vez com o pai, um corretor.