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Líder de complô sul-africano é condenado por alta traição

Milícia planejava assassinar Nelson Mandela e expulsar negros

DA REUTERS, EM JOHANNESBURGO

O líder de um complô organizado por um "exército bôer" de defensores da supremacia branca para assassinar Nelson Mandela e expulsar os negros da África do Sul foi considerado culpado ontem de alta traição, depois de quase dez anos de julgamento.

O ex-professor universitário Mike Du Toit foi o primeiro membro do Boeremag, uma milícia desordeira de partidários do apartheid, a ser condenado por uma tentativa fracassada de golpe de Estado em 2002, cujo objetivo era derrubar o Congresso Nacional Africano, partido que governa a maior economia da África.

Ele será sentenciado posteriormente e pode receber a prisão perpétua. Os veredictos quanto a 21 outros membros do Boeremag devem sair nas próximas semanas.

O plano de Du Toit resultaria na expulsão dos 40 milhões de habitantes negros da África do Sul, que seriam forçados a atravessar a fronteira para o Zimbábue, enquanto os indianos no país (1,2 milhão) seriam postos em navios e enviados para a Índia.

Testemunhas depuseram afirmando que o grupo também planejava assassinar Mandela, que se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994 e serviu como força unificadora depois de décadas de domínio pela minoria branca.

O Boeremag também planejava fuzilar brancos que se opusessem à sua visão de uma nação racialmente pura.

A despeito das persistentes tensões raciais, grupos como o Boeremag e o Movimento de Resistência Africâner, de Eugene Terreblanche, contam com pouco apoio entre os 5 milhões de brancos sul-africanos.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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