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BC europeu promete 'fazer o que for preciso'

Declaração foi vista como um sinal de que vai comprar papéis da Itália e da Espanha; Bolsas têm dia de euforia

Presidente da Comissão Europeia cobra ação do governo grego e pede que reformas sejam aceleradas por Atenas

DA REUTERS

O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, prometeu fazer "tudo o que for preciso" para manter a zona do euro unida.

"E, acreditem, será suficiente", afirmou o italiano.

Apesar de ele não revelar quais medidas pode tomar, a declaração foi interpretada como um indicador de que o BCE vai agir nos mercados de títulos da dívida pública, especialmente os dos pressionados Itália e Espanha.

O resultado dessa interpretação foi que os papéis espanhóis de dez anos recuaram para abaixo de 7%, depois de dias nesse patamar, que é considerado insustentável para que o governo consiga captar dinheiro no mercado.

As Bolsas também tiveram um dia de euforia. A de Madri subiu 6,1%, a maior alta em dois anos. Em Milão, a expansão foi de 5,6%.

A Bolsa de Nova York teve valorização de 1,7%, no seu melhor dia em quase um mês. A Bovespa subiu 2,7%.

Ao explicar sua declaração, a mais ousada que fez até agora durante a crise, Draghi afirmou que o custo elevado de captação de alguns países era causa de ação.

Os títulos de dez anos da Espanha estavam sendo negociados no mercado anteontem a 7,4%, e os da Itália, a 6,4%, mostrando a preocupação dos investidores sobre o futuro dessas economias.

A título de comparação, o papel da Alemanha (a economia mais sólida da região) foi negociado a 1,3%.

Mas, ainda que ontem os títulos espanhóis e italianos tenham tido um alívio, resta saber qual o plano do BCE e se Alemanha vai aprová-lo.

A falta de uma ação mais contundente pode aumentar as pressões sobre a Europa, em um momento em que crescem as preocupações quanto à possível saída grega da zona do euro e sobre a necessidade de a Espanha solicitar um pacote de resgate.

Sobre a Grécia, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu em Atenas que o governo acelere as reformas e cobrou "resultados, resultados, resultados" do primeiro-ministro Antonis Samaras.

"Ações são mais importantes do que palavras", disse Barroso, após uma reunião de duas horas com o premiê.

Samaras, por sua vez, disse que o governo está comprometido a prosseguir com medidas como reformas estruturais, privatizações e combate à sonegação.

"Nós vamos cortar os gastos públicos em todos os níveis, desde o gabinete do primeiro-ministro até o último degrau da escada", afirmou o primeiro-ministro.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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