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Empresários do Paraguai defendem que país renegocie participação no bloco

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

Num primeiro momento, a suspensão do Paraguai do Mercosul foi vista pelos empresários do país como um alerta. Havia o temor de que a repreensão dos sócios pelo que classificam de golpe contra Fernando Lugo avançasse para sanções econômicas.

Não demorou para que o setor empresarial reconhecesse as oportunidades que uma "libertação" do bloco traria. Hoje, os exportadores paraguaios defendem que o país considere se tornar um membro associado e se "desprenda" de obrigações como a Tarifa Externa Comum.

"Não queremos sair do bloco, mas as regras não são claras aqui e, se nos suspendem, o melhor seria que voltássemos como membro associado", disse Sebastián Gonzalez Morassi, presidente da Câmara Paraguaia de Exportadores, à Folha.

O modelo almejado é o do Chile, que, como membro associado, não tem impedimentos para fechar acordos com outros países, como a China.

Segundo Morassi, interessam ao Paraguai os mercados da Ásia, especialmente China, Tailândia, Cingapura e Coreia do Sul. "Temos carne e soja, que interessam a esses países", observa.

O Paraguai é o país que, proporcionalmente, mais exporta para o bloco. Mesmo assim, no primeiro semestre deste ano, a fatia das exportações que foram para Argentina, Brasil e Uruguai caiu de 58,1% para 54,9%.

A reclamação dos paraguaios se dá, sobretudo, pelo fato de, no Mercosul, não ter havido em duas décadas uma integração produtiva entre os pequenos e grandes mercados, como ocorreu, por exemplo, na União Europeia.

"O Mercosul representa, para o Paraguai, uma longa história de dissabores. Sempre fomos os menos favorecidos", critica o presidente da União Industrial Paraguaia, Eduardo Felippo.

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