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Banda punk é julgada por performance contra Putin

Mulheres da Pussy Riot têm sofrido maus-tratos, diz advogada de defesa

Grupo cantou numa catedral ortodoxa música em que pedia à Virgem Maria que o presidente russo saísse

Natalia Kolesnikova - 20.jul.2012/France Presse
Samutsevich (esq.), Tolokonnikova e Alyokhina (dir.) na corte
Samutsevich (esq.), Tolokonnikova e Alyokhina (dir.) na corte

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A defesa das três mulheres da banda punk Pussy Riot acusou as autoridades de maus-tratos às suas clientes em um julgamento que vem mobilizando a Rússia e, segundo os críticos de Vladimir Putin, demonstrando a intolerância do presidente com manifestações de oposição.

Maria Alyokhina, 24, Nadezhda Tolokonnikova, 22, e Yekaterina Samutsevich, 29, estão presas desde março. Em fevereiro, numa performance improvisada, cantaram no altar de uma catedral em Moscou uma música em que pediam à Virgem Maria que "mandasse Putin embora".

Presas sob a acusação de vandalismo motivado por ódio religioso, as três alegam que não tiveram a intenção de ofender, e sim de protestar contra o apoio do patriarca Cirilo I, o líder da Igreja Ortodoxa russa, a Putin, que em março se elegeu para a Presidência pela terceira vez.

A advogada da banda, Violetta Volkova, afirma que o julgamento, que começou na segunda, está sendo conduzido de maneira "escandalosa" pelas autoridades russas.

"As sessões duram até 11 horas por dia, e não permitem que minhas clientes durmam ou se alimentem direito", diz Volkova. Segundo ela, as três mulheres são mantidas em uma pequena sala sem café da manhã antes das sessões, e uma delas, Alyokhina, se sentiu mal ontem.

A advogada também teve recusado pedido de um mês de recesso para que a defesa da banda possa ler as cerca de 3.000 páginas da acusação feita pela Promotoria.

Anteontem, os EUA manifestaram preocupação com o episódio da Pussy Riot e outros casos de repressão a oposicionistas na Rússia. O governo russo não comentou.

OUTRAS ACUSAÇÕES

Os críticos de Putin também veem motivações políticas em outras ações contra oposicionistas, como a acusação de roubo feita contra Alexei Navalny, um dos principais líderes das manifestações contra o presidente.

Acusado formalmente anteontem num caso envolvendo o comércio de madeira na região de Kirov em 2009, Navalny afirmou que as alegações são absurdas. Outro opositor de Putin, o deputado Gennady Gudkov, também nega acusações de envolvimento com negócios ilegais.

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