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Equador retira publicidade de mídia crítica

Governo Rafael Correa afirma que verba oficial de propaganda não deve financiar jornais e TVs "mercantilistas"

Medida é "violatória" e denota uso "caprichoso" de verba pública, diz SIP, que critica apreensão de computador em revista

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) classificou de "discriminatório" e "violatório" o anúncio do governo de Rafael Correa, no Equador, de que retirará a publicidade oficial de jornais e emissoras de televisão "mercantilistas".

"Não temos por que, com o dinheiro dos equatorianos, beneficiar o negócio de seis famílias deste país", disse o secretário de Comunicação de Correa, Fernando Alvarado, no fim do mês passado, em mais um capítulo do embate entre o governo e os veículos de comunicação.

Em nota divulgada anteontem, a SIP afirma que a medida atenta contra a "liberdade de expressão e imprensa".

"Temos sustentado que a discriminação no outorgamento da publicidade oficial para beneficiar uns veículos e castigar outros é uma forma caprichosa de usar o dinheiro público", disse Milton Coleman, do jornal "Washington Post", presidente da entidade. Segundo a organização, a publicidade oficial será retirada dos jornais "Hoy", "El Comercio", "El Universo", "La Hora" e das TVs "Ecuavisa" e "Teleamazonas".

COMPUTADORES

A SIP também manifestou "preocupação" pela apreensão de computadores feita nesta semana na revista equatoriana "Vanguardia", ordenada pelo Ministério de Relações Trabalhistas.

Na terça passada, agentes da pasta levaram computadores da revista como sanção decorrente de uma ação administrativa na qual a "Vanguardia", crítica ao governo Correa, é acusada de não cumprir a cota de contratação de portadores de deficiência. A revista nega essa versão. Para receber o material de volta, terá de pagar multa de US$ 22 mil (R$ 45 mil).

Em dezembro de 2010, a revista sofreu outra operação de apreensão. Daquela vez, o motivo foi a dívida pela falta de pagamento do aluguel de sua sede. Computadores também foram levados.

Correa disse desconhecer a ação contra a publicação. Alexis Mera, secretário jurídico da Presidência, afirmou que a ação é comum e que "'Vanguardia' não tem coroa para não ser tocada".

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