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Conselho de Segurança encerra missão de observadores na Síria

Mandato do grupo chega ao fim sem que nenhum ponto do plano de paz tenha sido posto em prática

Fontes diplomáticas dizem que ex-chanceler argelino aceitou posto de Annan; rebeldes encontram 60 corpos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) decidiu ontem acabar com a missão de observadores da ONU para a Síria.

O mandato do grupo, encarregado de monitorar a aplicação do plano de seis pontos proposto pelo enviado especial Kofi Annan, já havia sido prorrogado por um mês e terminará no domingo.

A justificativa é que os requisitos básicos para que a missão fosse mantida -uma redução significativa da violência e o fim do uso de armas pesadas pelo regime- não foram atendidos.

Os países-membros do CS, no entanto, decidiram criar um pequeno "escritório", com assessores políticos e militares e especialistas em direitos humanos, para apoiar futuros esforços de paz.

"O que é mais importante é que vai ter uma presença da ONU, e esperamos que uma presença útil da ONU", disse o embaixador da França na ONU, Gérard Araud, atual presidente do Conselho.

A proposta de criar o escritório foi do próprio Annan -que deixará o posto de enviado especial no próximo dia 31 - e aprovada por unanimidade no dividido Conselho.

A missão, que chegou a ter quase 300 monitores de diversos países no território sírio, teve início em abril.

Quatro meses depois, os 173 que ainda estão na Síria sairão sem a implementação de um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes.

Após a decisão, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, convidou os outros membros permanentes -China, EUA, França e Reino Unido- e líderes regionais para analisar a situação síria em reunião hoje, em Nova York.

Segundo diplomatas da ONU ouvidos pela agência Reuters, o ex-ministro das Relações Exteriores da Argélia Lakhdar Brahimi já teria aceito suceder Annan como enviado especial para a Síria.

Ainda segundo a Reuters, fontes "ocidentais e do golfo [Pérsico]" informaram que Maher Assad, irmão do ditador sírio, teria perdido uma perna no mesmo ataque a bomba que matou quatro altos funcionários da Defesa em Damasco em julho.

Maher, que comanda a divisão de elite do Exército sírio, não é visto desde o atentado.

EXECUÇÃO

Ontem, um porta-voz do oposicionista Conselho do Comando da Revolução em Damasco afirmou que foram encontrados 60 corpos com marcas de "execução sumária" na periferia da capital. Eles estariam com as mãos atadas, atirados em uma vala comum, segundo os rebeldes.

A rede Al Arabiya anunciou ontem que um primo do vice-presidente sírio, Faruk al Sharaa, teria desertado. A informação não foi confirmada.

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folha.com/no1138524

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